31.03.16
JUÍZA É FEITA REFÉM NO FÓRUM DE BUTANTÃ EM SÃO PAULO
·
Um homem foi preso na tarde
desta quarta-feira, 30, após invadir o Fórum do Butantã, na Zona Oeste de SP, e
fazer refém a juíza de Direito Tatiana Moreira Lima, da vara de Violência
Doméstica.
Bandido tenta atear fogo na Juíza de Butantã SP
30.03.16
Videos que seguem mostram a ação da PM dominando o sequestrador
O responsável pelo ataque – que responde por
agressão à esposa – iria participar de uma audiência no local e, segundo
policiais, carregava grande quantidade de líquido inflamável. O objetivo seria
vingar-se da magistrada, devido a decisões no decorrer do processo.
Contido pela PM, ele foi encaminhado ao Hospital
Universitário, e a magistrada ao Hospital Albert Einstein. Em razão do
ocorrido, não haverá expediente no Foro Regional do Butantã nesta quinta-feira,
31.
Confronto
A ação ocorreu aproximadamente às 14h quando, após
ingressar no fórum e atear fogo na entrada do prédio, o homem foi confrontado
por um segurança que chegou a disparar um tiro, mas não conseguiu pará-lo.
Ele
correu até o gabinete da juíza e despejou produto químico sobre ela, ameaçando
incendiá-la. Em um vídeo feito por um policial militar a pedido do agressor, o
homem pede para que a juíza diga repetidamente: "Você não é louco".
Bastante
alterado, ele então pergunta: "Eu sou acusado de alguma coisa?". "Não, nenhum crime", ela
responde.
Reações
Em nota (v. abaixo), o TJ/SP comentou o episódio e
afirmou que prioriza ao máximo a segurança em seus prédios "e,
consequentemente, a integridade física dos magistrados, promotores de Justiça,
defensores públicos, advogados, servidores e de todos os que frequentam o fórum
diariamente".
"As
circunstâncias desse fato serão apuradas e, se constatadas falhas, medidas
corretivas serão tomadas de imediato."
A AMB, por sua vez, destacou que o episódio traz à
tona uma problemática recorrente: "a vulnerabilidade à qual juízes,
servidores e cidadãos estão expostos diariamente no ambiente jurisdicional".
Levantamento da
AMB mostra que, em 2013, pelo menos 200 juízes foram ameaçados e submetidos a
programas de proteção e cerca de 500 abandonaram a carreira, tendo como um dos
principais motivos a falta de segurança para atuação jurisdicional.
"A entidade
reitera extrema preocupação com o ato criminoso e condena quaisquer ações de
violência física e moral que possam atentar contra magistrados no exercício de
suas funções, o que coloca em risco o Estado Democrático de Direito."
NOTA DE ESCLARECIMENTO - FORO
REGIONAL DO BUTANTÃ
(TJ/SP)
A despeito da fatalidade e gravidade do ocorrido
hoje (30), no Foro Regional do Butantã, graças a ação articulada e bem-sucedida
do Judiciário, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), Polícia Técnica
Civil e Militar e da Cetesb, ninguém se feriu gravemente no episódio em que um
homem, que participaria de uma audiência na Vara da Violência Doméstica, em
ação rápida, adentrou no prédio carregando uma sacola com artefatos
inflamáveis.
A magistrada, feita refém, foi encaminhada ao
hospital e passa bem. O homem foi encaminhado ao pronto-socorro e preso em
flagrante. A motivação desse ato está sendo apurada.
O Tribunal de Justiça de São Paulo prioriza ao
máximo a segurança em seus prédios e, consequentemente, a integridade física
dos magistrados, promotores de Justiça, defensores públicos, advogados,
servidores e de todos os que frequentam o fórum diariamente. As circunstâncias
desse fato serão apuradas e, se constatadas falhas, medidas corretivas serão
tomadas de imediato.
Em razão do ocorrido, excepcionalmente, amanhã não
haverá expediente no Foro Regional do Butantã.
NOTA PÚBLICA
(AMB)
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)
manifesta solidariedade à juíza Tatiana Moreira Lima e demais funcionários e
cidadãos, vítimas de um atentado ocorrido nesta quarta-feira (30), no Foro
Regional do Butantã, zona oeste de São Paulo.
O local, que deveria contar com estrutura e
segurança necessárias ao Poder Judiciário, foi invadido por um homem munido de
líquido inflamável, fazendo a magistrada e os demais como reféns. O episódio
traz à tona uma problemática recorrente: a vulnerabilidade à qual juízes, servidores
e cidadãos estão expostos diariamente no ambiente jurisdicional.
Levantamento da AMB evidencia que, em 2013, pelo
menos 200 juízes foram ameaçados e submetidos a programas de proteção e cerca
de 500 abandonaram a carreira, tendo como um dos principais motivos a falta de
segurança para atuação jurisdicional.
A entidade reitera extrema preocupação com o ato
criminoso e condena quaisquer ações de violência física e moral que possam
atentar contra magistrados no exercício de suas funções, o que coloca em risco
o Estado Democrático de Direito.
Presidente do STF condena
atentado contra juíza em São Paulo
(STF)
O violento atentado praticado contra a Juíza
Tatiana Moreira Lima é motivo da mais profunda consternação por parte do Poder
Judiciário Brasileiro, uma vez que expõe de maneira explícita e cruel a
intolerância e a brutalidade que, seguramente, não fazem parte da cultura e das
tradições do nosso povo.
O ódio, o ressentimento e a incompreensão não podem ser motivos para se atacar
as instituições da República e, especialmente, o Poder Judiciário, que sempre
garantiu a estabilidade democrática do país, executando com destemor o
juramento de fielmente cumprir e fazer cumprir as leis e a Constituição da
República.
Infelizmente, episódios como o ocorrido em uma das maiores capitais do planeta
têm se repetido com maior ou menor gravidade nos quatro cantos do Brasil.
No entanto, podemos assegurar que a magistratura nacional continuará a exercer
com coragem e destemor a relevantíssima missão constitucional de garantir a paz
social, bem como os direitos e as garantias fundamentais por meio da aplicação
firme das nossas leis e, sobretudo, da Constituição Federal.
Por fim, todas as providências pertinentes serão tomadas para garantir a
segurança não apenas de magistrados e servidores, como também de toda a família
forense, que permanece unida e solidária à jovem magistrada paulista, símbolo
da determinação e da imparcialidade que caracterizam e distinguem a
magistratura nacional.
Ministro RICARDO
LEWANDOWSKI
Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça
Desembargador
PAULO DIMAS DE BELLIS MASCARETTI
Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo
Bandido tenta atear fogo na Juíza de Butantã SP
30.03.16
Videos que seguem mostram a ação da PM dominando o sequestrador
O responsável pelo ataque – que responde por agressão à esposa – iria participar de uma audiência no local e, segundo policiais, carregava grande quantidade de líquido inflamável. O objetivo seria vingar-se da magistrada, devido a decisões no decorrer do processo.
(TJ/SP)
(AMB)
(STF)
O ódio, o ressentimento e a incompreensão não podem ser motivos para se atacar as instituições da República e, especialmente, o Poder Judiciário, que sempre garantiu a estabilidade democrática do país, executando com destemor o juramento de fielmente cumprir e fazer cumprir as leis e a Constituição da República.
Infelizmente, episódios como o ocorrido em uma das maiores capitais do planeta têm se repetido com maior ou menor gravidade nos quatro cantos do Brasil.
No entanto, podemos assegurar que a magistratura nacional continuará a exercer com coragem e destemor a relevantíssima missão constitucional de garantir a paz social, bem como os direitos e as garantias fundamentais por meio da aplicação firme das nossas leis e, sobretudo, da Constituição Federal.
Por fim, todas as providências pertinentes serão tomadas para garantir a segurança não apenas de magistrados e servidores, como também de toda a família forense, que permanece unida e solidária à jovem magistrada paulista, símbolo da determinação e da imparcialidade que caracterizam e distinguem a magistratura nacional.
Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça
Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo
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