Febre Aftosa (FA, nome em latim Aphtae epizooticae) é uma doença viral altamente contagiosa que afeta gado bovino, búfalos, caprinos, ovinos, cervídeos, suínos e outros animais que possuem cascos fendidos. Também afeta elefantes, camelos, lhamas, ratos e capivaras. Não afeta eqüídeos (cavalos, asnos, mulas e bardotos). Os seres humanos raramente são infectados pelo vírus.
Em geral, os sinais clínicos são severos em bovinos e suínos. Ovelhas e cabras geralmente desenvolvem infecções subclínicas. Animais selvagens podem tanto desenvolver a doença severa e até morrer, como ter infecções subclínicas ou inaparentes. Animais infectados normalmente se recuperam.
O animal afetado apresenta uma febre alta que diminui após dois a
três dias. Em seguida aparecem pequenas vesículas na mucosa daboca, laringe e narinas e na pele que circunda os cascos (e
que dão o nome da doença em inglês). Essas vesículas são pequenas bolhas
resultantes de células afetadas pela multiplicação dos vírus que se
coalesceram. Essas vesículas se rompem e o tecido conjuntivo de sustentação
fica à mostra, na forma de ferimentos. O líquido celular rico em novas unidades
de vírus é liberado no ambiente quando essas vesículas se rompem. O animal
passa a salivar, deixando cair fios de saliva (um quadro comum) e a
claudicar, em função dos ferimentos associados às vesículas. O animal deixa de
andar e de comer e emagrece rapidamente. As capacidades fisiológicas de
crescimento e engorda, e de produção de leite, são prejudicadas por várias
semanas a meses. Animais novos, especialmente bezerros, podem morrer de forma
aguda com miocardite derivada da infecção do músculo cardíaco pelo vírus da
FA.ê Para um animal com FA, sua recuperação é o evento mais provável. Isto é, a
taxa de letalidade da FA é extremamente baixa. Já a taxa de morbilidade é
extremamente alta. Isto é, praticamente todos os animais (de espécie de animais
suscetíveis) presentes em um rebanho exposto ao vírus serão infectados e
mostrarão sinais da FA. Os animais que se curam tornam-se portadores
convalescentes assintomáticos e colocam em risco novamente o rebanho após a
perda da imunidade do rebanho (seja derivada da doença ou de vacinação) por
nascimento ou por compra de animais suscetíveis.
Para que seja requerido o reconhecimento da OIE para os referidos Estados brasileiros, devem ser obtidas, de acordo com as normas do ministério da Agricultura, percentuais de cobertura de vacinação mínimos de 80%.
O Governo Brasileiro espera poder encaminhar até o final de 2012 o pedido de reconhecimento à OIE para os estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Piauí, Pernambuco e Pará, para que sejam reconhecidos como zonas livres de febre aftosa, com vacinação.
Blog do Rui Medeiros
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