quinta-feira, 8 de maio de 2014

EX-SECRETARIO DE DEFESA SOCIAL É EXPULSO DA POLICIA CIVIL DE PE

Postado  quinta-feira, 8 de maio de 2014  |  Ler Matéria»

07.95.14

Aníbal Moura é expulso da Polícia Civil


Com a decisão, o ex-chefe da Polícia Civil terá sua aposentadoria cassada


O ex-delegado Aníbal Moura, ex-chefe da Polícia Civil de Pernambuco, teve a aposentadoria cassada após a conclusão do procedimento administrativo disciplinar especial número 10.107.1020.00019, de 2010, instaurado pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS). A posição, assinada pelo secretário Alessandro Carvalho, foi publicada no Diário Oficial de anteontem. De acordo com o documento, Aníbal é acusado de comandar a empresa Korpus Segurança Privada – o que é vedado a policiais –, intimidar ex-funcionários e induzir empregados de uma nova empresa, a Segnor Segurança Privada, a contrair empréstimos particulares em instituições financeiras. A decisão, conforme a assessoria de imprensa da SDS, ainda precisa ser ratificada pelo setor jurídico do governo estadual.
O caso havia sido publicado há quase dois meses pelo Jornal do Commercio, quando a investigação já estava finalizada, restando apenas a homologação do secretário.
Segundo o processo, Aníbal foi investigado por “valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da dignidade da função policial, bem como praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a dignidade da função policial, e participar de gerência ou administração de empresas, qualquer que seja a sua natureza”.

O corregedor geral da SDS, Sidney Lemos, explicou que a sindicância seguiu o trâmite necessário até ser finalizada. “Uma comissão permanente de processo de disciplina foi designada. Apuramos as denúncias, ouvimos testemunhas, colhemos provas documentais e asseguramos o direito à ampla defesa e ao contraditório e só depois de tudo isso é que chegamos a uma posição. Fiz a análise, sugeri e punibilidade e encaminhei ao secretário, que geralmente dá aval ao trabalho que realizamos e desta vez não foi diferente”, explicou.

Fonte JC
----------------------------------------------------------------------------------

03.05.2003

Caso Serrambi 

                                                           Maria Eduarda - Tarcila Gusmão
Duas adolescentes bonitas, de classe média, desaparecem no dia 3 de maio. Seus corpos são encontrados num canavial, dez dias depois, com marcas de tiros e em adiantado estado de putrefação. O assassinato de Tarsila Gusmão e Maria Eduarda Dourado, ambas com 16 anos de idade, ganhou dimensões de uma novela policial cujo roteiro inclui polêmicas, famílias divididas, investigações incompletas e suspeitos liberados por falta de provas. Oito meses depois, a dúvida permanece. Somente no início do próximo ano, com a divulgação dos exames que estão sendo realizados em São Paulo, um novo capítulo será escrito nesta história, que ficou conhecido como o Caso Serrambi.


O começo do fim



  Tarsila e Maria Eduarda viajaram para Serrambi, praia do litoral Sul, no dia 2 de maio para passar o final de semana na casa de um amigo, Tiago Alencar Carneiro da Silva. Na tarde de sábado, fizeram um passeio de barco até o Pontal de Maracaípe. Na noite do dia 3, elas teriam sido vistas entrando em uma Kombi, em Porto de Galinhas.



Caminho sem volta

  A Polícia já trabalhava com a possibilidade de duplo homicídio. Este termo está presente na nomeação do delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE), José Silvestre, para investigar o caso. O documento foi assinado pelo chefe da Polícia Civil, Aníbal Moura, em 8 de maio, mesmo dia em que comunicava oficialmente à Imprensa que as duas adolescentes estavam desaparecidas.



DIA D

  Os corpos foram localizados pelo pai de Tarsila, José Vieira, na tarde do dia 13 de maio. Maria Eduarda foi morta com dois tiros na cabeça. Já Tarsila levou cinco tiros, sendo dois na cabeça, dois no abdômen e um na mão, um sinal de que ainda tentou reagir. Estavam em uma estrada vicinal na subida de um canavial, a cem metros do quilômetro 1,5 da rodovia PE-051, em Camela. O local era o mesmo já informado ao Disque-Denúncia no dia 13. 



KOMBEIROS na mira


Em 18 de maio, Valfrido Lira foi detido em casa, no distrito de Camela. Um dia depois, seu irmão, Marcelo Lira, foi preso em Cachoeirinha, no Agreste, onde teria levado a Kombi na qual as vítimas teriam supostado embarcado no dia 3 de maio. Os dois suspeitos permaneceram na sede do GOE por 60 dias, sendo liberados por conta da ausência de provas. 



Polícia na parede

  O inquérito presidido pelo delegado José Silvestre foi concluído no dia 16 de junho, data em que os kombeiros foram apresentados como os responsáveis pelo homicídio. O documento foi devolvido pelo promotor de Ipojuca, Miguel Sales, com a informação de que era inconsistente e que necessitava de novas diligências. Fios de cabelo, papéis de bombons e aparelhos de barbear encontrados na Kombi dos acusados e no local do crime foram considerados apenas indícios. A juíza de Ipojuca, Ildete Veríssimo, acatou a posição do promotor Miguel Sales. 



Operação pente-fino

 A pedido da família de Maria Eduarda, o gaúcho Domingos Tochetto (especialista em balística), o paraibano Genival França (legista) e o baiano Luís Carlos Galvão (antropólogo forense) estiveram em Pernambuco, no final de novembro. Os corpos foram exumados no cemitério de Santo Amaro e no canavial em Camela foram encontrados um projétil de calibre 38 e uma cápsula de pistola ponto 40. As armas ainda devem ser periciadas.



Festa do barulho

  A festa realizada na casa de Tiago Carneiro, em Serrambi, onde as jovens estavam hospedadas, também foi alvo de um inquérito. Oito pessoas depuseram sobre possível uso de drogas e bebidas para menores. O anfitrião acabou sendo indiciado.

-------------------------------------------------------------------------------

Quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Acusações mútuas às vésperas do júri
A cinco dias do início do julgamento mais esperado da década, o silêncio foi quebrado. E a briga reacendida. Dois dos principais personagens do Caso Serrambi, o ex-chefe da Polícia Civil de Pernambuco, o delegado Aníbal Moura, e o promotor afastado do caso, Miguel Sales, voltam a trocar farpas. Passados cinco anos de silêncio sobre o episódio que chamou a atenção da opinião pública por envolver o assassinato misterioso de duas adolescentes de classe média alta, Moura decidiu falar com exclusividade ao Diario de Pernambuco. E não poupou o desafeto: \"Sales montou o circo desde o começo no sentido de perturbar o trabalho da polícia\", disparou.
Procurado pelo Diario na manhã de ontem, o delegado disse, a princípio, que só iria falar após a conclusão do julgamento, que começa na próxima segunda-feira e deve terminar na quarta, mas acabou desabafando: \"Ele não honrou com a causa social que abraçou. Foi irresponsável em alardear para a imprensa factoides, inverdades, tentando desviar a investigação. Tudo com o objetivo de se promover politicamente\", disparou Moura, que acusou o promotor de sempre defender os irmãos kombeiros, Marcelo e Valfrido Lira, que vão a júri popular, para galgar a candidatura para deputado federal. Nem Sales nem Moura foram convocados como testemunhas no julgamento. 


Os desentendimentos entre os dois começaram quando o promotor devolveu pela primeira vez o inquérito sobre o caso concluído pela equipe do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, em junho de 2003. Além de alegar falta de provas, Sales solicitou 12 diligências complementares, pondo em xeque o trabalho dos policiais. As divergências ganharam uma proporção tamanha que após duas investigações levadas à frente pela Polícia Civil, a Polícia Federal também foi chamada para apurar o Caso Serrambi em dois inquéritos consecutivos. Em meio à guerra, o promotor devolveu o inquérito quatro vezes. \"O caso poderia ter sido refeito oito ou 20 vezes que o resultado seria o mesmo. Os kombeiros são os responsáveis pela morte das duas jovens. Uma coisa é certa. Ou todos estão doidos varidos ou estão agindo absolutamente de má- fé\", disparou Moura.

Aníbal Moura garante que existem provas contundentes dentro do processo contra os kombeiros e que serão reveladas durante o júri. \"Tenho certeza que a Justiça será feita e que o júri vai condenar os kombeiros\". Quanto às informações que surgiram à época e que se espalharam na internet até hoje sobre uma festa em Serrambi regada a drogas que teria tido a participação das duas adolescentes e onde uma delas teria morrido por overdose e a outra por queima de arquivo, Moura acusou o promotor de mentiroso. \"Isso foi uma palhaçada criada pelo promotor. O que aconteceu foi um churrasco um dia antes das meninas desaparecerem\", acusou.


No mesmo tom usado no passado, Miguel Sales, que hoje está afastado do Ministério Público de Pernambuco por aposentadoria voluntária e é candidato a deputado federal, disse que o inquérito tem falhas, lacunas e omissões. \"Se houve manipulação, foi por parte das polícias, da investigação. Do jeito que o trabalho foi feito, fica difícil saber a autoria do crime\", insistiu. Sales disse, ainda, que a \"verdade está nos autos e que de forma alguma incrimina os kombeiros ou qualquer outra pessoa. Isso não é dito por mim, mas pelas perícias. Continuo com a mesma certeza. Não há provas suficientes para acusar ou condenar os culpados\", respondeu.

Independentemente do resultado do julgamento, os kombeiros condenados ou absolvidos, a população vai continuar com dúvidas sobre a autoria do crime. \"Se eles forem absolvidos, quem é ou são os verdadeiros autores dos homicídios? Isso nunca será descoberto. E se condenados, entendo que eles foram usados como verdadeiros bodes expiatórios, já que todo o inquérito não traz provas contundentes contra os kombeiros.Os verdadeiros autores não foram encontrados\", rebateu Miguel Sales. 

As amigas Tarsila Gusmão e Maria Eduarda desapareceram no dia 3 de maio de 2003, depois de um passeio de lancha em Maracaípe. Os corpos foram encontrados num canavial, dez dias depois, com marcas de tiros e estavam em adiantado estado de decomposição.



Compartilhe esta postagem

0 comentários:

Blog do Rui Medeiros-A Realidade da Notícia-
Copyright © 2016 Blog do Rui Medeiros.
Desenvolvido por SoftTech - Tecnologia em Softwares. .