No Amazonas, prefeito suspeito de
pedofilia diz
que vítimas estão mentindo
Adail Pinheiro é acusado de abusar de meninas de 9 a 15 anos.
Prefeitura de Coari se pronunciou por meio de nota à imprensa.
Adail Pinheiro - Prefeito de Coari AM
Adail Pinheiro, prefeito do município de Coari, distante 363 km de Manaus, responde a 70 processos na Justiça do Amazonas e foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, que investiga envolvimento em uma susposta rede de pedofilia. As denúncias foram divulgadas em uma reportagem veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo, nesse domingo (19). Por meio de nota, enviada na noite desta segunda-feira (20) pela secretaria de comunicação de Coari, o prefeito contesta as acusações e classifica como mentirosas as denúncias feitas por supostas vítimas de abusos sexuais cometidos por um grupo de pedófilos que seria liderado por ele.
Há cerca de seis anos, os processos contra Adail tramitam na Justiça sem conclusão. Após a veiculação no Fantástico, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) iniciou inspeção no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e parlamentares formaram uma comissão para pedir o afastamento do chefe do executivo municipal.
Segundo a nota divulgada à imprensa, o prefeito classificou como falsos os relatos de supostas vítimas. “Adail Pinheiro classificou como mentirosas as denúncias feitas pelas mulheres que se apresentam como vítimas, oportunamente nesta data, estando o prefeito às vésperas de um julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.
Intervenção no município segundo a Prefeitura, o chefe do executivo do município é alvo e de denúncias de adversários políticos. “Cabe ressaltar ainda que as mulheres [entrevistadas pelo Fantástico] nunca mantiveram nenhum relacionamento com Adail Pinheiro e são amplamente conhecidas no município de Coari como parentes de um opositor político envolvido com manifestações até em Brasília contra o atual prefeito do município”, cita trecho da nota.
Um grupo de deputados estaduais do Amazonas informou que deve ingressar com representação no Ministério Público do Estado (MPE-AM) para que o órgão peça na Justiça o afastamento do prefeito. "A reportagem do Fantástico mostrou os relatos das pessoas que estão saindo do município com medo e perseguição sofrida. Então existe uma série de aspectos, mostrando uma situação que precisa de intervenção. É uma questão alarmante que vem ainda da primeira gestão de Adail", disse o deputado estadual José Ricardo (PT) nesta segunda-feira, em entrevista ao G1.
Suspeitas
Membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começaram uma inspeção no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) na tarde desta segunda-feira (20). Processos relacionados a casos de exploração sexual que envolvem o prefeito de Coari, deverão ser prioridade. Há suspeitas de proteção ao político. Desde o início dos processos contra Adail, quatro juízes já foram punidos suspeitos de favorecer o prefeito.
Adail foi preso em 2008 durante a Operação Vorax, da Polícia Federal, por suspeita de desviar mais de R$ 40 milhões. Ele chegou a passar 63 dias preso. Adail é filiado ao Partido Republicano Progressista (PRP) e está no terceiro mandato
Fonte G1
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