A Arena Castelão estava em chamas na noite desta quarta-feira. Recebeu o
maior público do futebol brasileiro no ano – e a maior multidão desde a sua
reforma. Inflamado por milhares de vozes, O Ceará correu, lutou e sangrou para
reverter a vantagem do jogo da ida. Mas correu, lutou e sangrou menos do que o
Sport – impulsionado por milhares de almas- para mantê-la. O empate em 1×1 ,
com gol marcado pelo atacante Neto Baiano, teve gosto de título para o Leão. De
mais um troféu com as marcas históricas do Rubro-Negro. O clube da Ilha do
Retiro reafirma sua força na região, quebra um jejum de quase quatro anos sem
conquistas e levanta pela terceira vez a Copa do Nordeste. Comemore muito,
torcedor. Porque – você bem sabe – quanto mais suado, mais preto e encarnado.
Foi um jogo especial para o Sport. Porque teve em enormes doses todas as
melhores características do time montado por Eduardo Baptista. A força da
defesa, a dedicação de todos em parar o time adversário – e a marca de um
atacante forte e dedicado. Artilheiro e ídolo. Que sacramentou o gol do título
com um pênalti convertido aos cinco minutos do segundo tempo.
Antes disso, o Ceará havia assustado o Sport. O time de Sérgio Soares
tem bom toque de bola e um sistema ofensivo perigosíssimo. Quase matou do coração
alguns rubro-negros ao marcar o primeiro gol da partida – e ficar a apenas a um
de distância dos pênaltis. Precisava do 2×0 para levar a disputa para a marca
da cal. O experiente Magno Alves foi o autor do tento, aos 41 da primeira
etapa. O próprio jogadores perdeu algumas outras chances.
O final do primeiro tempo, por sinal, foi o momento mais delicado para o
Rubro-Negro. Além do gol sofrido, passou por sufoco em pelo menos duas outras
ocasiões. Magno Alves perdeu um gol e Ricardinho desperdiçou outro, na frente
de Magrão.
No intervalo, contudo, o treinador Eduardo Baptista reequilibrou a
equipe. Mexeu em uma posição, tirou Wendel e colocou o pouco utilizado Igor
Fernandes. Preparava o bote definitivo. Que veio aos cinco minutos da segunda
etapa. Em contra-ataque letal, o meio-campista Aílton – tão criticado, tão
desprezado- coroou um grande atuação ao driblar o goleiro Luiz Carlos e ser
derrubado dentro da área. Neto Baiano, você já sabe, marcou o gol em seu
estilo: chute forte, sem preciosismo. Certeiro.
O jogo estava acabado ali. O Ceará precisaria fazer outros três gols em
um sistema defensivo sólido, sob uma pressão enorme. Não tinha mais forças para
lutar porque se entregou diante de um adversário mais aguerrido. O resto da
partida foi um mero passar de tempo. Saboreado e esperado por cada rubro-negro.
O Sport é tricampeão do Nordeste.
Ceará
Luiz Carlos; Samuel Xavier, Anderson, Sandro e Vicente; Amaral, Ricardinho e
Souza (Tadeu); Assisinho (Leandro Brasília), Magno Alves e Bill. Técnico:
Sérgio Soares.
Sport
Magrão; Patric, Ferron, Durval e Renê; Éwerton Páscoa (Rithely), Rodrigo
Mancha, Wendel (Igor Fernandes) e Ailton; Felipe Azevedo e Neto Baiano.
Técnico: Eduardo Baptista
Local: Arena Castelão, em Fortaleza-CE.
Horário: 22h.
Árbitro: Jaílson Macedo Freitas (BA).
Assistentes: Adson Márcio Lopes (BA) e Ailton Farias da Silva (SE).
Cartões amarelos: Bill, Luiz Carlos (Ceará); Neto Baiano, Magrão (Sport);
Gol: Magno Alves (aos 41 do 1T); Neto Baiano (aos 05 do 2T).
Renda: R$1.476.187,00. Público: 61.240.
Fonte Folha PE
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