Fogo Cruzado
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Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco – 18 de setembro
O governador
Eduardo Campos não é “garoto propaganda” nessas eleições apenas do PSB. Sua
fotografia está espalhada por todo o Estado ao lado de candidatos a prefeito de
vários partidos, inclusive de oposição como é o caso do PSDB. Isso nunca houve
em Pernambuco e merece um estudo sociológico. Antes dele, os campos políticos
no Estado estiveram bem delimitados. Havia “o governo” e “a oposição”. Mas
hoje, com as honrosas exceções do PPS/DEM, está todo mundo de um lado só.
Há propaganda
do governador com os tucanos Carlos Santana (Ipojuca), Jorge Alexandre
(Camaragibe) e Botafogo Júnior (Carpina), com os pedetistas José Queiroz
(Caruaru) e Joãozinho Dourado (Lajedo), com os petebistas Fred Gadelha (Goiana)
e Izaías Régis (Garanhuns), com os republicanos Sebastião Oliveira (Serra
Talhada) e Marcelo Pereira (Belmonte), com os comunistas (do PCdoB) Renildo
Calheiros (Olinda) e Fernando Fernandes (Sanharó), e assim por diante.
Presume-se que
isso se deve a dois fatores. Primeiro, à boa gestão que ele faz em Pernambuco,
sendo considerado hoje pelo Datafolha o governador mais bem avaliado do Brasil.
Segundo, à possibilidade de disputar a presidência da República em 2014 ou
2018, dependendo das circunstâncias. É essa expectativa de poder, que todo
muito sabe que não é uma coisa fácil, mas não impossível, sobretudo se o PT e o
PSDB encolherem nessas eleições, que está unindo o Estado em torno dele.
O reforço – A
convite da ex-governadora Vilma Faria (RN), Eduardo Campos irá a Natal amanhã â
noite participar de um comício do candidato a prefeito Carlos Eduardo Alves
(PDT), que está disparado nas pesquisas. Vilma, que já foi governadora duas
vezes, é o vice da chapa.
É aliado – O
prefeito João da Costa caiu em desgraça perante a cúpula nacional do PT. Ele se
mantém neutro na disputa do Recife. Mas sob a ótica do presidente Rui Falcão e
do secretário de organização, Paulo Frateschi, comporta-se como “aliado oculto”
de Geraldo Júlio (PSB).
No Pajeú – O
deputado e secretário estadual das cidades, Danilo Cabral (PSB), foi visto
ontem, meio dia em ponto, discursando na feita de Iguaracy ao lado do candidato
a prefeito Antonio Torres (PSB), que tem o apoio do prefeito Albérico Cordeiro
(PR) e do ex-prefeito Pedro Alves (PSB). O secretário já se “infiltrou” também
em Flores, Carnaíba, Tuparetama e São José do Egito.
Boas vindas –
Carlos Santana (PSDB), candidato a prefeito de Ipojuca, diz que a campanha de
Romero Sales (PMDB) “entrou em desespero” após a passagem de Eduardo Campos por
lá, no último sábado. Garante que não foram espalhados cartazes de boas vindas ao
governador e sim painéis com imagens dele e de Eduardo “no espaço que foi
liberado para o nosso evento”.
Por amor – Há
pelo menos uma dezena de candidatos a prefeito no interior fazendo uso do mesmo
slogan: “Por amor a”. É o caso de Andrea Mendonça (DEM) e de Alexandre Arraes
(PSB), entre outros. Ela faz campanha “por amor a Belo Jardim” e, ele, “por
amor a Araripina”.
De todos –
Esteve no Recife, no final de semana, para receber uma homenagem da Sociedade
Brasileira de Cardiologia, o médico Roberto Kalil Filho. Trata-se do
“cardiologista do poder”, pois é o médico particular de Lula, Dilma Rousseff,
Maluf, Sarney, Serra, Kassab e FHC.
E o povo? – Do
prefeito de Serra Talhada, Carlos Evandro (sem partido), sobre o fato de os
deputados Inocêncio Oliveira (PR) e Augusto César (PTB) terem se juntado nessas
eleições, após 30 anos de divergências, para enfrentar o seu candidato Luciano
Duque (PT): “Em política, nem sempre 2 mais 2 é quatro. Eles se uniram, mas
esqueceram de combinar com o povo”.
A sucessão – Na
avaliação da cúpula do PSB, eventual derrota do deputado Fernando Filho (PSB)
em Petrolina não exclui, necessariamente, o ministro Fernando Bezerra Coelho do
jogo sucessório de 2014. Mas ele não sentará à mesa “falando grosso” como
certamente falará se o filho for vitorioso.
A ausência –
Embora o PSB esteja apoiando o deputado Édson Vieira (PSDB) em Santa Cruz do
Capibaribe, Eduardo Campos não pisará lá para não desagradar ao senador Armando
Monteiro (PTB), que apoia o deputado José Augusto Maia (PTB). Delegou essa
tarefa ao secretário Tadeu Alencar (Casa Civil).
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