25.05.16
DR ENEIAS DISSE EM 1994 QUE O BRASIL ERA O MAIOR CASSINO DO PLANETA
Dr Eneias Ferreira Carneiro
*1938
+2007
Um milhão, quinhentos e setenta e três mil, cento e doze. Com essa assombrosa quantidade de votos, os paulistas elegeram o deputado federal mais votado da história.
BIOGRAFIA DE ENEIAS FERREIRA CARNEIRO
Infância e vida profissional
Enéas Ferreira Carneiro nasceu na
cidade de Rio Branco, no estado Acre,
em 1938.
Filho de Eustáquio José Carneiro, barbeiro, e Mina Ferreiro Carneiro, dona de
casa . Perdeu o pai aos nove anos de
idade, sendo obrigado a trabalhar desde essa idade para sustentar a si e à sua
mãe .
Em 1958 iniciou seus estudos no Rio de Janeiro,
na Escola de Saúde do
Exército. Em 1959 formou-se terceiro-sargento auxiliar de anestesiologia, sendo primeiro lugar de sua turma.[6]
Em 1960 iniciou seus estudos na Escola de
Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.
Em fevereiro de 1962 prestou exame vestibular para a
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do
Estado da Guanabara(atual UERJ), curso de licenciatura em matemática efísica. Aprovado em primeiro lugar. No mesmo ano iniciou
atividade como professor destas disciplinas, preparando alunos para
vestibulares.
Em 1965 formou-se médico pela já citada Escola de Medicina e
Cirurgia do Rio de Janeiro, pedindo então baixa doExército, após 8 anos de serviço ativo no Hospital Central do Exército, onde auxiliou os médicos em mais
de 5.000 anestesias, já tendo recebido a medalha Marechal Hermes.
Em 1968 diplomou-se licenciado em Matemática e Física pela Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do
Estado da Guanabara e fundou o Curso Gradiente,
pré-universitário, do qual foi diretor-presidente e onde lecionou matemática,
física, química, biologia e português.
Em 1969 fez o curso de especialização em cardiologia na 6ª Enfermaria da Santa Casa da
Misericórdia do Rio de Janeiroe, a partir daí, foi integrado como
assistente naquele Serviço de Cardiologia.
De 1973 a 1975 fez um mestrado em cardiologia na Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Nesse período ministrou também aulas de
fisiologia e semiologia cardiovascular na mesma universidade. Em 1975
apresentou a primeira versão de seu famoso curso O Eletrocardiograma, no Rio de
Janeiro, mais tarde ministrado em São Paulo (1983), Quito - Equador(1985) e novamente no Rio de Janeiro (1986), dessa vez
como curso nacional, ocorrido no Copacabana Palace.
Em 1976 defendeu sua dissertação de
mestrado, "Alentecimento da Condução AV", e recebeu o título de mestre em cardiologia pela UFRJ. Ainda em
1976 escreveu o livro O Eletrocardiograma, referência no
gênero. Publicado em 1977 e reeditado em 1987
como O Eletrocardiograma: 10 anos depois, essa obra é
conhecida no meio médico como a "bíblia do Enéas"
Carreira política
Enéas fundou, em 1989, o PRONA, lançando-se imediatamente candidato à presidência nas
primeiras eleições diretas doBrasil, após o período da Ditadura Militar. O seu tempo na propaganda eleitoral gratuita era de dezessete segundos. Todavia, sua aparência exótica (um
homem pequeno, calvo, com enorme barba cerrada e grandes óculos), aliada a uma
fala rápida e a um discurso inflamado e ultranacionalista (terminado sempre por
seu bordão: "Meu nome é Enéas"), fez com que o então desconhecido
político angariasse mais de 360 mil votos colocando-o em 12º lugar entre 21
candidatos. A propaganda vinha sempre acompanhada pela Sinfonia n.º 5 de Ludwig van Beethoven.
Percebendo a penetração de sua imagem
junto ao eleitorado, Enéas voltou a se candidatar em 1994, dispondo então de 1 minuto e 17 segundos no horário
eleitoral. Mesmo sendo o PRONA um partido ainda sem expressão, o resultado surpreendeu os especialistas
em política. Enéas foi o terceiro mais votado, com mais de 4,6
milhões de votos (7%)posicionando-se à frente de políticos consagrados,
como o então governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola e o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, ficando
atrás apenas de Fernando Henrique
Cardoso e Luiz Inácio Lula da
Silva.
Em 1998,
com 35 segundos disponíveis no horário eleitoral — na soma total, um tempo menor do
que em 1989 —, Enéas expôs seu discurso em que defendeu questões polêmicas como
a construção da bomba atômica, a ampliação do efetivo militar e a nacionalização dos recursos
minerais do subsolo brasileiro. Nas eleições presidenciais daquele ano, foi o
quarto colocado com um total de 1.447.090 votos.
Em 2000 candidatou-se à prefeitura de São Paulo, obtendo 3% dos votos, e conseguiu reunir votos para a
eleição de sua candidata a vereadora Havanir Nimtz. Em 2002 candidatou-se a deputado federal por São Paulo,
obtendo a maior votação da história brasileira para aquele cargo: cerca de 1,57
milhão de votos, recorde que permanece não superado. Seu partido obteve votos suficientes
para, através do sistema proporcional, eleger mais cinco deputados federais,
todos homens fundadores do partido, para atuação em Brasília (mesmo com
votações inexpressivas, abaixo dos mil votos). Este episódio ficou marcado pela
polêmica de que alguns destes candidatos teriam mudado de colégio eleitoral de
forma ilegal apenas para serem eleitos pelo princípio da proporcionalidade,
confiando nos votos conferidos ao partido através de Enéas. Enéas também
participou ativamente das eleições para prefeitos e vereadores em 2004, ajudando a eleger vereadores em várias capitais, como
Rio e São Paulo, e prefeitos em pequenas cidades.
Enéas Carneiro apresentava-se como um
político nacionalista e radicalmente contrário ao aborto, à união civil de pessoas do mesmo sexo e à legalização de drogas.[4] Alguns críticos o associavam como um
novo ícone do Movimento Integralista. Analistas enxergam Enéas como um fruto
da democracia moderna, alegando que sua imagem excêntrica e seu bordão
("Meu nome é Enéas") se sobrepõem ao seu discurso hermético e
intelectualizado frente às classes mais pobres da sociedade brasileira.
No início de 2006, Enéas passou por sérios problemas de saúde, uma pneumonia e uma leucemia mieloide aguda,
fazendo com que ele optasse por retirar sua emblemática barba, antes que a
quimioterapia o fizesse. Ainda em função de seus problemas de saúde, em junho
de 2006 Enéas anunciou que desistiria de sua candidatura à Presidência da
República e que concorreria novamente à Câmara de Deputados. Na
nova campanha, mudou seu bordão para "Com barba ou sem barba, meu nome é
Enéas". Foi reeleito com a quarta maior votação no estado de São Paulo,
atingindo 386 905 votos, cerca de 1,90% dos votos válidos no estado.
Após o primeiro turno das eleições
presidenciais de 2006, seu partido, o PRONA, se funde com o PL e então é
fundado um novo partido, o Partido da República.
Morte
No dia 6 de maio de 2007,
aos 68 anos, Enéas Carneiro faleceu em sua casa, vitimado pela leucemia
mieloide aguda, após ter desistido do tratamento quimioterápico e abandonado o hospital
onde era tratado, o Hospital Samaritano, por acreditar que seu tratamento não mais surtiria efeito. Seu corpo
foi velado na manhã do dia 7 de maio no Memorial do Carmo (que fica no Cemitério
São Francisco Xavier), e cremado, na tarde do mesmo dia, no crematório da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
O último pedido de Enéas foi que sua família jogasse suas cinzas na Baía de Guanabara . Sua suplente na Câmara
foi Luciana
Castro de Almeida (PR, candidata pelo PRONA), que conseguira apenas 3.980 votos na eleição
de 2006
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