26.06.15
+Maria Alice Seabra( 19 ANOS )
Em coletiva de
imprensa na tarde desta quinta-feira (25), na sede do Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do
Recife, a delegada Gleide Ângelo confirmou que o auxiliar de pedreiro Gildo da
Silva Xavier, 34 anos, premeditou sequestrar e estuprar a enteada Maria Alice
Seabra, 19. Ele teria planejado, há mais de dois meses, manter relações sexuais
com a jovem e depois fugir, porém não havia intenção de matar.
De acordo com depoimento do padrasto,
dado na manhã desta quinta, ele teria forçado a vítima a beber Rupinol
(medicamento usado para aplicar golpes como o “boa noite Cinderela”). Antes que
ela estivesse dopada, no entanto, houve uma luta corporal dentro do carro de
Gildo. Após espancar Maria Alice, ele a colocou no banco de trás do veículo e
tentou estrangulá-la com o cinto de segunça. Em seguida, decidiu estuprá-la
ainda dentro do veículo, às margens da BR-101 Norte, próximo ao bairro de
Paratibe, em Paulista. Ao terminar o ato, que durou cerca de 20 minutos, Gildo
Xavier notou que a jovem começou a convulsionar e desfalecer. Ao perceber que a
vítima havia parado de respirar, decidiu abandonar o corpo em um matagal.
Questionado pela
polícia sobre ter amputado a mão esquerda da jovem, no mesmo braço onde Alice
fez uma tatuagem recentemente, Gildo Xavier nega que tenha cortado o membro.
Segundo ele, Maria Alice foi abandonada em um canavial no município de
Itapissuma, na Grande Recife, com as mãos amarradas com uma cueca e algum
animal pode ter arrancado a mão dela. No entanto, o laudo do Instituto de
Medicina Legal (IML) do Recife poderá apontar como o membro foi desprendido do
corpo da garota. A mão de Alice não foi encontrada pela polícia. O mesmo laudo,
no entanto, pode não conseguir comprovar se Maria Alice Seabra foi dopada e
estuprada por causa do avançado estado de decomposição do corpo.
Em conversa com a imprensa, a família
da vítima confirmou que a tatuagem seria o nome (em hebraico) do pai de Maria
Alice Seabra, morto há dez anos, do qual Gildo Xavier tinha ciúmes. Com relação
ao fato de a jovem ter sido achada usando a roupa do padrasto, o padrasto
contou que após espancar e estuprar a jovem, que ficou nua durante o ato
violento, temeu que fosse parado em alguma blitz, por isso vestiu Maria Alice
com as roupas dele.
Embora os resultados dos laudos
toxicológicos e sexológicos do IML ajudem a confirmar a versão do padrasto, a
delegada Gleide Ângelo afirmou que já conseguiu algumas confirmações de que a
história contada por ele procede. Gildo da Silva Xavier foi encaminhado ao
Centro de Triagem (Cotel), em Abrel e Lima, no Grande Recife. Ele deverá
responder pelos crimes de sequestro, estupro, ocultação de cadáver, homicídio
por motivo torpe e feminicídio. A pena pode chegar aos 48 anos de prisão.
PREMEDITAÇÃO – Em depoimento, o servente de pedreiro
Gildo Xavier disse que começou a sentir desejo por Maria Alice Seabra há cerca
de três anos, quando a jovem completou 16 anos, porém nunca havia tentado
abusar da garota. Ao ver a jovem crescer e se tornar cada vez mais atraente,
ele pensou em dopá-la, estuprá-la e fugir. Na sexta-feira (19) decidiu cometer
o crime. Neste dia, pegou R$ 300 emprestado com o dono da empresa onde
trabalhava, alugou um carro – gol preto – e procurou uma oficina para colocar
película escura no veículo. Em seguida, foi ao encontro da jovem, que estava
morando em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, na casa de uma tia.
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