INOVAÇÃO
Primeira penitenciária privada do
País começa a funcionar em Minas Gerais
Complexo teve investimento de R$ 280 mi e tem capacidade para 3.040
detentos
Reprodução
Minas Gerais inaugura nesta
sexta-feira (18) o primeiro complexo penitenciário do Brasil construído e
administrado por empresas particulares. Anunciado pelo governo mineiro como resultado de um “modelo
inédito de parceria público-privada (PPP)” na América Latina, o complexo está localizado em Ribeirão das
Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, com custo de R$ 280 milhões a cargo do grupo
responsável pelo complexo. A cifra investida contempla também o treinamento e a capacitação dos
monitores, que serão contratados pelo consórcio.
administrado por empresas particulares. Anunciado pelo governo mineiro como resultado de um “modelo
inédito de parceria público-privada (PPP)” na América Latina, o complexo está localizado em Ribeirão das
Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, com custo de R$ 280 milhões a cargo do grupo
responsável pelo complexo. A cifra investida contempla também o treinamento e a capacitação dos
monitores, que serão contratados pelo consórcio.
Pelo projeto original, o Complexo Penitenciário Público-Privado terá capacidade para receber 3.040 detentos do sexo masculino. A primeira das cinco unidades já está pronta. A previsão é que as quatro restantes sejam concluídas até dezembro deste ano. Esta manhã, os primeiros dos 608 presos do regime fechado que ocuparão a Unidade I começaram a ser transferidos, sob um esquema especial de segurança.
De acordo com a Secretaria Estadual de Defesa Social, o governo mineiro
se inspirou na experiência de outros países, como a Inglaterra, para assinar a
parceria com o consórcio Gestores Prisionais Associados (GPA), ganhador da
licitação em 2008. Ainda segundo a secretaria, as cinco empresas que compõem o
consórcio (CCI Construções, Construtora Augusto Velloso, Empresa Tejofran de
Saneamento e Serviços Ltda, N.F Motta Construções e Comércio e Instituto
Nacional de Administração Prisional) têm comprovada experiência na construção e
administração de presídios, dispondo da “mais alta tecnologia de segurança”.
Além de construir a penitenciária, o consórcio vai administrar pelos
próximos 25 anos e vai receber, por cada preso, R$ 2,7 mil mensais. O custo
médio por detentos de outras unidades prisionais é R$ 2,8 mil, de acordo com a
secretaria. Em contrapartida, o consórcio terá que atender a indicadores de
desempenho definidos pelo governo estadual, entre eles, impedimento de fugas e
rebeliões. Em eventual ocorrência de um desses casos, o valor pago ao consórcio
sofrerá desconto.
Tanto a manutenção das unidades prisionais quanto a execução de serviços
como fornecimento de refeições, uniformes, atendimento à saúde e assistência
jurídica aos detentos será de responsabilidade do consórcio. A segurança
interna ficará a cargo de funcionários contratados pelo grupo, e agentes
penitenciários do estado cuidarão do entorno da unidade.
Das cinco unidades do complexo, duas abrigarão 1.824 presos condenados
ao regime fechado e duas, 1.216 detentos do semiaberto. De acordo com a
secretaria, exceto em casos excepcionais, a penitenciária será ocupada por
presos transferidos de outros presídios da região que estejam aptos e dispostos
a trabalhar e estudar, como forma de ressocialização.
Um dos itens do contrato de parceria estabelece que a GPA não poderá
obter lucros com o trabalho dos presos. Como prevê a legislação, os detentos
receberão três quartos do salário mínimo por uma jornada de cinco dias, de seis
horas de trabalho. Oito empresas de confecção de móveis, calçados,
refrigerantes e de uniformes já manifestaram à secretaria interesse em instalar
galpões no interior da penitenciária.
A secretaria aponta entre as vantagens do modelo a possibilidade de,
além de permitir a ressocialização dos presos, garantir maior segurança aos
funcionários. A proposta é que não haja mais de quatro presos por cela, montada
com piso de placa de aço entre duas camadas de concreto que, juntas, totalizam
29 centímetros de cimento.
O complexo terá 1.240 câmeras de vigilância. Um sistema de sensores
também acionará um alarme sempre que alguém ultrapassar as áreas de livre
circulação. Os agentes não terão contato com os presos, já que as grades das
celas serão abertas e fechadas eletronicamente. Inicialmente, a unidade não vai
contar com aparelhos capazes de bloquear os sinais de celulares.
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