Santa Cruz do Capibaribe inaugura aterro sanitário
Unidade, projetada para evitar a
contaminação do solo e de rios, custou R$ 800 mil e foi implantada em uma área
de 21,5 hectares. Município da região Agreste produz diariamente 70 toneladas
de lixo
Santa
Cruz do Capibaribe, no Agreste do Estado, ganhou um aterro sanitário no último
dia 22(2007). A unidade foi implantada numa área de 21,5 hectares, no acesso da
PE-160 para a Vila Cacimba de Baixo, distante seis quilômetros do Centro do
município. O local, projetado para evitar a contaminação do solo e de rios,
custou R$ 800 mil, sendo R$ 500 mil dos cofres federais e R$ 300 mil oriundos
da prefeitura.
O
aterro possui três células que podem comportar mais de um milhão de toneladas
de resíduos. A unidade conta com um sistema de drenagem pluvial para evitar que
o chorume (líquido resultante da decomposição do lixo orgânico) contamine
mananciais de água. A quantidade de lixo depositado é controlada na entrada do
aterro através de balança informatizada para 30 toneladas. Os gases liberados
durante a decomposição são captados e tratados para que não poluam o ar. O
antigo lixão da cidade, que funcionava há mais de 50 anos numa área de 14
hectares, está desativado. A produção diária de lixo de Santa Cruz do
Capibaribe é de 70 toneladas.
De
acordo com o prefeito José Augusto Maia, o aterro possui vigilância durante 24
horas, evitando a presença de quase cem pessoas que antes sobreviviam do lixão.
“Para esse pessoal, a prefeitura ajudou a criar, há oito meses, uma cooperativa
de catadores chamada Coletiva.” Um galpão de cem metros quadrados de área,
prensa e equipamentos de proteção, como luvas, foram cedidos pela
administração. “No local, também estamos oferecendo aulas para alfabetizar
esses trabalhadores. A formatura da primeira turma será em outubro.”
Atualmente, 15 pessoas fazem parte da cooperativa, que funciona na Rua Joaquim
Nabuco, no bairro de São Cristóvão.
CAMPANHA
Para
conscientizar os moradores sobre a importância da reciclagem e ajudar a
aumentar a renda dos catadores e a vida útil do aterro – prevista para 50 anos
–, a prefeitura vai iniciar uma campanha de educação ambiental em escolas e
igrejas. “Vamos lançar uma cartilha para moradores e empresários para que as
pessoas separem o lixo orgânico e guardem vidros, plásticos e metais para os
catadores.”
Com
a instalação do aterro, o município deve receber mais de R$ 90 mil por mês
oriundos do ICMS Ambiental, de acordo com o prefeito. “Vamos investir na
limpeza da cidade e em melhorias para o meio ambiente.
Mais da metade dos resíduos coletados
diariamente em Pernambuco não tem destinação adequada.
Estudo da Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) indica que 56,9% do
lixo recolhido no estado, em 2011, seguiram para os lixões e aterros
controlados.
Isso representa 3,95 toneladas.
Há um agravante. Ainda no ano
passado, outras 1,39 tonelada de resíduos não foram sequer coletadas no estado.
Apesar do índice, Pernambuco está
acima da média regional.
Enquanto no estado, 43,1% dos
resíduos seguiram para aterros sanitários, a quantidade do Nordeste foi, no ano
passado, de apenas 35,3%.
Quase dois terços das 25 toneladas
recolhidas nos nove estados terminaram nos lixões e em aterros controlados.
Esses, embora tenham melhores
condições do que os lixões, são considerados inadequados do ponto de vista
ambiental por contaminarem o solo.
O estudo foi apresentado hoje, em Boa
Viagem, no seminário Rotas
tecnológicas para o tratamento dos resíduos sólidos urbanos.
Promovido pela Fundação de Apoio ao
Desenvolvimento (Fade) da Universidade Federal de Pernambuco, o seminário
reuniu, por três dias, pesquisadores brasileiros e do exterior.
2014 traz dois grandes desafios para Pernambuco. O mais comentado é o de
sediar jogos da Copa do Mundo. Do outro, a meta para os municípios acabarem com
os lixões, pouco se fala.
Se o ritmo das obras para a Copa, ao
contrário de outros estados, está dentro do cronograma estabelecido, o que
dizer da implantação dos aterros sanitários? Será precisar acelerar os passos.
Apenas 17 municípios pernambucanos
possuem licença para operar aterros sanitários. E outro obteve autorização com
a CPRH para instalar uma unidade.
Ou seja, menos de 10% dos 184
municípios do estado tratam adequadamente o lixo, encaixando-se dentro dos
critérios exigidos pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
O plano estabelece dois limites: os
municípios devem acabar com os lixões até agosto de 2014 e recuperar as áreas
contaminadas pelo tratamento inadequado do lixo até 2027.
O percentual de municípios com ou em
processo de instalação de aterros sanitários é pequeno, porém bem melhor do que
existia em 2000. Na época, dois aterros sanitários funcionavam em Pernambuco.
As iniciativas para mudar esse quadro
tiveram reforço com a Política Estadual de Resíduos Sólidos, criada em 2001 e
revista no ano passado.
O levantamento sobre os aterros
sanitários foi publicado recentemente no Mapa Estadual de Resíduos Sólidos. A
elaboração do trabalho reuniu técnicos de sete instituições do governo do
estado.
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