Tribunal do Juri Juíza bota moral em advogado, capitão e promotor
14.09.2012
Julgamento polêmico
dura quase dois dias em São João Del Rei em MG
Por Gazeta de
São João del-Rei em 22/09/2012
Condenado
a 27 anos e seis meses de prisão. Essa foi a sentença proferida pela juíza
Maria de Fátima Dolabela na madrugada de sábado, 15, para o réu Fernando
Henrique dos Anjos, acusado de estuprar, matar e decepar as mãos de Amanda
Glívia Vale há pouco mais de três anos no município de Lagoa Dourada. A decisão
do júri foi divulgada após 33 horas de audiência no Fórum Carvalho Mourão, em
São João del-Rei, que também foi palco para polêmica pública envolvendo o
capitão da Polícia Militar, Edinilson Correia da Costa, e o defensor Ércio
Quaresma, ex-advogado do goleiro Bruno Fernandes no caso Eliza Samudio.
No primeiro dia de julgamento houve confusão durante depoimento de
testemunha.Juíza interrompeu sessão para falar com as partes
O crime
Amanda Vale saiu de casa na noite de 11 de abril de 2009 para ir a uma festa e não retornou. Foi encontrada morta, com sinais de estupro e sem as mãos na manhã seguinte, em uma ribanceira a 300 metros de casa. O crime chocou o município de Lagoa Dourada, a 35km de São João del-Rei, em que não havia registro de homicídios há mais de cinco anos, e levou a cidade a noticiários de todo o país. A jovem tinha 19 anos e trabalhava como vendedora quando foi assassinada.
Amanda Vale saiu de casa na noite de 11 de abril de 2009 para ir a uma festa e não retornou. Foi encontrada morta, com sinais de estupro e sem as mãos na manhã seguinte, em uma ribanceira a 300 metros de casa. O crime chocou o município de Lagoa Dourada, a 35km de São João del-Rei, em que não havia registro de homicídios há mais de cinco anos, e levou a cidade a noticiários de todo o país. A jovem tinha 19 anos e trabalhava como vendedora quando foi assassinada.
Segundo a
polícia, o pedreiro Fernando Henrique dos Anjos assumiu o crime. No julgamento
da semana passada ele foi condenado por estupro, homicídio e destruição ou
ocultação do cadáver, agindo por motivo fútil e usando de meio cruel. O acusado
teria decepado as mãos da vítima com um canivete depois que a jovem arranhou
seu rosto tentando se defender do ataque.
O julgamento
“Ele acabou com a vida da minha filha e da minha família inteira. Nunca mais será como antes. Mas a justiça foi feita. Já é alguma coisa”, disse a mãe da jovem assassinada, Isabel Maria da Silva, ao deixar o julgamento nas primeiras horas de sábado.
“Ele acabou com a vida da minha filha e da minha família inteira. Nunca mais será como antes. Mas a justiça foi feita. Já é alguma coisa”, disse a mãe da jovem assassinada, Isabel Maria da Silva, ao deixar o julgamento nas primeiras horas de sábado.
O
resultado, porém, pode não ser definitivo. Isso porque a defesa do acusado já
recorreu da decisão e anunciou que tentará anular o processo.
Durante a
audiência, Ércio Quaresma alegou que não havia provas concretas para condenar o
cliente. Além disso, o defensor sustenta descompassos entre o processo de
investigação e a informação de procedimentos ao júri. “Um inquérito policial
paralelo foi instaurado e não foi comunicado a nós. Só descobrimos essa questão
em plenário e isso cerceou o processo de defesa”, disse em entrevista à TV
Campos de Minas, que cobriu a audiência ao vivo nos quase dois dias de
trabalhos, iniciados por volta das 9h na quinta-feira.
A emissora
foi a única a registrar, ainda, o embate entre o capitão Edinilson Correia da
Costa e o criminalista no fim da primeira manhã de audiência.
As imagens
foram utilizadas por outros canais de televisão e também caíram na internet.
Versões das cenas, postadas por diferentes usuários, ultrapassaram 100 mil
visualizações. “A cobertura televisiva foi de extrema importância. Não falo
pessoalmente, como prova da ameaça que sofri, porque não tenho medo disso e não
foi a primeira vez que aconteceu. O benefício foi social, porque expôs às pessoas
como funciona um júri e mostrou ao vivo e em cores uma situação que cada um
poderá analisar e perceber que lado estava com a razão”, pontuou Quaresma.
A polêmica
A confusão entre o militar e o advogado começou durante depoimento de Costa como testemunha na audiência. Ao questionar o policial, Quaresma alegou que havia diferenças entre o que o capitão dizia ao júri e o que testemunhas mencionadas em boletins de ocorrência na época do crime argumentavam em depoimentos.
A confusão entre o militar e o advogado começou durante depoimento de Costa como testemunha na audiência. Ao questionar o policial, Quaresma alegou que havia diferenças entre o que o capitão dizia ao júri e o que testemunhas mencionadas em boletins de ocorrência na época do crime argumentavam em depoimentos.
Durante o
julgamento, Costa teria dito que duas pessoas ouviram a confissão do réu na
tarde do dia 13 de abril, quando ele foi flagrado, em casa, com o rosto
arranhado, levantando suspeitas da PM e sendo interrogado. O capitão teria dito
ainda que ambos os ouvintes permaneceram em companhia dos militares até que o
registro do BO fosse encerrado. Segundo Quaresma, porém, as pessoas citadas
alegaram em depoimento anexado ao processo que só foram acionadas como
testemunhas em outro momento e em cenários diferentes: um no local em que o
corpo de Amanda foi encontrado e o segundo em frente à Delegacia de Polícia, à
noite.
Durante a
inquisição do advogado, Costa teria se irritado com o defensor e pedido à juíza
que fosse interrogado por ela. Foi a vez de Quaresma reagir. “As perguntas quem
faz aqui sou eu. Lá fora o senhor é capitão. Aqui o senhor é testemunha”, teria
dito. O promotor Lauro Sodré defendeu que o militar estava sendo ofendido e a
partir daí teve início uma discussão. A juíza Maria de Fátima Dolabela, então,
caçou a palavra dos três e interrompeu a sessão, chamando promotor e advogado
para uma conversa privada.
Nesse
momento, capitão Costa teria se exaltado. “Vai fumar crack lá fora, vagabundo.
Aqui não tem craqueiro não”, teria dito em referência a episódio no qual
Quaresma foi flagrado usando crack em um bar de Belo Horizonte, em outubro de
2010. O policial insistiu no discurso e teria ameaçado levar o advogado “para a
vala”.
Depois da
confusão foi feita uma acariação com o capitão da PM e outro policial e o
capitão retificou seu depoimento, fato que levou o Conselho de Sentença a
determinar que o militar e um delegado respondessem por eventual falso
testemunho.
Posicionamentos
Em entrevista à Gazeta na última segunda-feira, 17, Quaresma disse que vai processar o capitão. “Já fiz uma representação em relação à ameaça de morte. Agora tenho seis meses para ajuizar uma queixa-crime por injúria e difamação. Fui atacado como homem e profissional por algo relacionado ao meu passado, sobre o qual já falei e do qual me recuperei. Tudo porque fiz meu trabalho e indaguei o que o capitão dizia”, comentou. E completou: “A palavra do militar não é santa. Não é a Bíblia. Se for, a minha será diferente. Será o alcorão. Vou acreditar em Alá”.
Em entrevista à Gazeta na última segunda-feira, 17, Quaresma disse que vai processar o capitão. “Já fiz uma representação em relação à ameaça de morte. Agora tenho seis meses para ajuizar uma queixa-crime por injúria e difamação. Fui atacado como homem e profissional por algo relacionado ao meu passado, sobre o qual já falei e do qual me recuperei. Tudo porque fiz meu trabalho e indaguei o que o capitão dizia”, comentou. E completou: “A palavra do militar não é santa. Não é a Bíblia. Se for, a minha será diferente. Será o alcorão. Vou acreditar em Alá”.
Segundo o
comandante do 38º Batalhão de Polícia Militar em São João del-Rei,
tenente-coronel Alan Elias da Silva, a PM local não vai se pronunciar sobre o
assunto. “São questões que serão analisadas e tratadas judicialmente. Até mesmo
em respeito a todas as partes, preferimos não falar sobre isso”, explicou.
A
Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado de
Minas Gerais (AOPMBM), porém, saiu em defesa de Costa e alegou em nota oficial
no site do grupo, ainda na sexta-feira, 14, que o militar foi provocado. “O
advogado do acusado, em tom alto e arrogante, inverte o rito processual. Tenta
buscar incessantemente desestabilizar a testemunha com dedo em riste, em clara
demonstração de desrespeito ao Oficial/testemunha, bem como ao próprio Estado,
pois, apesar de serem citados em audiência, não deixam nunca de perder a
condição de Policial Militar”.
Fonte Gazeta de São João del-Rei em 22/09/2012
Amanda Glívia Vale - 19 anos
Amanda Glívia Vale, 19
anos, foi morta violentamente, sofreu violência sexual, teve as mãos decepadas
e foi enterrada para dificultar as investigações.
O ajudante de pedreiro
Fernando Henrique dos Anjos, 25 anos, conhecido como “Da granja”, confessou, no
dia 13/04/2009, à Polícia Militar (PM), ter estuprado, estrangulado e,
posteriormente, decepado as mãos da vendedora Amanda Glívia Vale,
19 anos. O crime bárbaro aconteceu no dia 11/04/2009, em Lagoa Dourada, que
fica a 32 km de São João del-Rei.
O delegado Marcos Alvim
Caetano afirmou que denúncias anônimas ajudaram a localizar o assassino. Fernando
dos Anjos morava próximo à casa da jovem Amanda Glívia Vale e disse que encontrou, com ela,
por acaso na rua, na noite de Sábado de Aleluia. “Eles chegaram a conversar. Em
seguida, o suspeito a levou para um matagal onde tentou estuprar Amanda Glívia Vale,
relatou o delegado. Conforme o depoimento, ele declarou que teve um
relacionamento com Amanda Glívia Vale,
o que não foi confirmado”, assegurou o delegado. E acrescentou: “Fernando dos
Anjos teria tentado manter relações com Amanda Glívia Vale na noite do crime e, como ela
não quis, ele a violentou. Amanda Vale teria reagido com unhadas, por isso o
criminoso a esmurrou. Amanda Glívia Vale
desmaiou e, quando voltou aos sentidos, foi enforcada".
Marcos Caetano salientou que
o assassino deu detalhes do crime, com frieza. "Após matar Amanda
Glívia Vale, ele foi em casa, buscou um canivete e voltou ao
local do crime. Cortou as mãos de Amanda Glívia Vale e enterrou, com a intenção de
atrapalhar as investigações da polícia, já que poderia haver vestígios da pele
dele nas unhas dela", detalhou. No último dia 14, a PM encontrou as mãos
de Amanda Glívia Vale.
De acordo com o comandante
do 38º Batalhão da PM, tenente-coronel Milton de Oliveira Costa, não estão
descartadas as hipóteses de que o homicídio teria sido cometido por encomenda
ou que houve a participação de outra pessoa. “A princípio, o autor afirmou que
seu tio, Carlos Alexandre dos Anjos, 25 anos, o “Carlinhos”, também, participou
do crime. Porém, logo em seguida, ele voltou atrás e assumiu a autoria do
homicídio sozinho”, relatou. Carlos dos Anjos chegou a ser preso, mas foi
liberado. “Foi instalado um inquérito policial para investigar Carlinhos, pois
uma outra vítima o acusou de ter tentado estuprá-la no mesmo dia em que Amanda
Vale foi morta”,
declarou. O delegado Marcos Caetano adiantou que existia um inquérito policial,
que investigava o envolvimento de Fernando dos Anjos em assaltos a mão armada.
“Estamos colhendo depoimentos e uma vítima já o reconheceu”, disse.
esse advogado ficou famoso no caso do goleiro bruno que mandou matar eliza samudio ele era advogado de um dos acusados e ele foi visto fumando crack e em entrevista ao datena ele confirma que fumou crack
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