Mesmo com mandado de prisão em aberto, desembargador do Rio libera habeas corpos para soltura de traficante no Rio de Janeiro. Quem vai pagar por esse erro?
Recompensa para recaptura do chefe do Alemão, no RJ, sobe para R$ 20 mil
'Orelha' foi solto após habeas corpus, apesar de
pedido de prisão preventiva.
Edson da Silva Souza foi preso na operação Uranos, em setembro.
Edson da Silva Souza foi preso na operação Uranos, em setembro.
A recompensa para recapturar o traficante Edson
Silva de Souza, conhecido como "Orelha", subiu para R$ 20 mil neste
sábado (8) após ele ser libertado por um habeas corpus.
Acusado de comandar o tráfico de drogas no Conjunto de Favelas do Alemão, ele
deixou o presídio Gabriel Ferreira de Castilho pela porta da frente na manhã de
quinta (6). O alvará de soltura foi expedido, mesmo havendo um outromandado de prisão contra o
acusado. A decisão partiu da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Orelha foi preso em setembro durante a Operação
Urano, com mais de duas dezenas de pessoas. De acordo com a decisão do
Ministério Público, os réus ofereciam risco à ordem pública e poderiam ameaçar
testemunhas ou fugir caso soltos. Os 25 acusados estiveram envolvidos no ataque
à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Alemão, no incêndio de veículos próximo
à unidade e em diversos confrontos envolvendo os traficantes e policiais
militares.
saiba mais
A operação, realizada em setembro, foi resultado de
uma força-tarefa de investigação da 45ª DP (Complexo do Alemão) e da
Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Estado de Segurança,
com apoio do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do
Ministério Público Estadual.
A investigação, segundo a Polícia Civil, começou em janeiro, com o objetivo de
identificar os responsáveis por tentar desestabilizar o processo de pacificação
nas comunidades da região. O trabalho, de acordo com a corporação, comprovou
que, após a prisão de traficantes (em virtude de outras operações realizadas
pela 45ª DP), a facção criminosa que atua no conjunto de favelas determinou
reações violentas em retaliação às ações da polícia. Uma delas ocorreu em 28 de
abril, quando ônibus e carros estacionados próximo ao Comando de Polícia
Pacificadora (CPP), na Estrada do Itararé, foram incendiados.
'Estratégia
de sobrevivência'
Segundo as investigações, os traficantes resistentes à pacificação adotaram
nova estratégia de sobrevivência como, por exemplo, a cooptação de
menores de idade e pessoas sem anotações criminais para atuar na linha de
frente, seja vendendo drogas ou como "braço armado".
Também foi possível constatar que os criminosos acompanhavam o deslocamento dos
policiais pela comunidade a partir da troca de mensagens via celular. Muitas
vezes, eles ficavam em frente à sede da UPP monitorando os passos dos policiais
militares, dificultando a prisão em flagrante de criminosos.
Fonte G1 Rio
0 comentários: