26.11.14
Na sessão plenária de hoje a tarde no Senado Federal foi aprovado o projeto de Lei que modifica a guarda compartilhada
Projeto que determina guarda compartilhada de
filhos segue para Plenário
A guarda compartilhada deverá ser o instituto adotado para a custódia
dos filhos de pais divorciados, ainda que não haja acordo entre eles para isso.
É o que define o Projeto de Lei da Câmara (PLC)117/2013, aprovado
nesta quarta-feira (26) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A proposta
segue em regime de urgência para análise do Plenário.
Segundo o autor da proposição, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a
redação atual do Código Civil vem induzindo os magistrados a decretar a guarda
compartilhada apenas nos casos em que os pais mantenham boa relação após o fim
do casamento, evitando o uso do instituto justamente quando ele seria mais
necessário, nas situações de desacordo entre os ex-cônjuges. Com a mudança
proposta, a não ser que um dos pais expresse o desejo de não obter a guarda ou
que a justiça não considere um dos dois genitores aptos para exercer o poder
familiar, a guarda compartilhada será obrigatória.
O projeto também especifica a necessidade de divisão equilibrada do
tempo de convivência dos filhos com a mãe e o pai; possibilita a supervisão
compartilhada dos interesses do filho; fixa multa para o estabelecimento que se
negar a dar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos; dá
preferência à oitiva das partes perante o juiz, em caso de necessidade de medida
cautelar que envolva guarda dos filhos; e determina que ambos os pais
participem do ato que autoriza a viagem dos filhos para o exterior ou para a
mudança permanente de município.
Os parlamentares que integram a CAS comemoraram a aprovação do texto.
Para a senadora Marta Suplicy (PT-SP), a alteração é salutar para elevar o
papel do pai e tornar o poder sobre a criança equitativo, eliminando espaços
para chantagens utilizando a criança para atingir um dos ex-cônjuges. Além
disso, reforça o vínculo da figura paterna com os filhos. Segundo Marta, é
muito “antigo” achar que só a mãe sabe cuidar da criança.
Lídice da Mata (PSB-BA) disse que o projeto é de grande relevância para
a vida das crianças e, diferente do que a maioria pensa, as mães não querem o
poder absoluto sobre a vida das crianças. Pelo contrário, observou, elas querem
dividir o poder com os pais, para que estes exerçam a paternidade responsável.
A aprovação da proposta viabiliza segurança, afeto e a referência de uma
família moderna, opinou.
Os senadores Cyro Miranda (PSDB-GO) e Paulo Paim (PT-RS) também
defenderam a proposta. Eduardo Suplicy (PT-SP) desistiu de pedir vistas e
sugeriu à consultoria legislativa que se manifeste, caso haja alguma
incongruência, antes de a proposta ser votada em Plenário. A senadora Lúcia
Vânia (PSDB-GO) lembrou ainda que o projeto foi amplamente debatido com
especialistas do setor.
O presidente da CAS, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), propôs o
requerimento para análise da proposta em regime de urgência no Plenário. Segundo
informou, o presidente do Senado, Renan Calheiros, lhe garantiu que, dentro do
possível, o projeto poderá ser votado ainda nesta quarta-feira na Ordem do
Dia. Durante os debates na comissão, Moka fez um apelo aos senadores
presentes à reunião para que não fosse apresentado pedido vista (tempo para
análise) do projeto, já que, como ressaltou, o texto corresponde aos apelos da
maioria dos atores sociais que defendem a aprovação da matéria.
Audiência
A CAS realizou audiência pública na semana passada para instruir a matéria, e os participantes foram
unânimes ao defender sua aprovação e o aprimoramento da guarda compartilhada. A
alteração na lei, disseram ainda, será uma arma eficiente contra a alienação
parental. O relator, senador Jayme Campos (DEM-MT), acatou a sugestão de um dos
participantes para aprimorar a redação, sem mudar o teor da proposta. Em vez da
expressão “tempo de custódia física”, o texto que seguirá para o Plenário ira
redigido com “tempo de convivência”. Jayme Campos também rejeitou a emenda do
senador Romero Jucá (PMDB-RR), que motivou a retirada do PLC do Plenário no
início do mês e a análise na comissão.
Fonte Senado Federal
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