INJUSTIÇA BRASILEIRA ?
Juiz afastado
do caso Eike considera desbloqueio de bens 'suspeito'
Flavio Roberto de Sousa procurou o G1
e criticou decisão de seu substituto.
TRF garante que não há interferência externa em processos da corte.
Flavio Roberto criticou decisão de seu substituto
O juiz afastado do caso Eike Batista,
Flávio Roberto de Souza, afirmou na última quinta-feira (30), um dia depois de
seu substituto, o juiz Vitor Valpuesta, desbloquear
os bens do empresário, que a decisão foi um ato
"covarde" e "suspeito". O Tribunal Regional Federal
informou que Valpuesta não vai se manifestar, mas garante que há "proteção
contra qualquer interferência externa no julgamento dos processos
judiciais". Já a defesa de Eike afirmou que as declarações de Flávio
mostram que ele nunca teve condições de ser juiz.
Flávio Roberto de Souza também acusou
ainda o suplente de ser inexperiente e disse que a decisão o fez “acreditar
menos ainda na Justiça”. A decisão de Valpuesta determinou a devolução de bens
de Eike como carros importados – inclusive o Porsche onde Flávio foi flagrado dirigindo
–, além de cerca de R$ 130 mil em dinheiro.
Flávio Roberto de Souza procurou
o G1 na quinta-feira (30), retornando um contato
feito em fevereiro. Ele afirmou que Vitor Valpuesta, que é seu suplente na 3ª
Vara Criminal Federal, demonstrou medo ao saber da possibilidade de o processo
de Eike Batista cair em suas mãos.
“É colocado um processo na mão de um juiz sem experiência, que acabou de entrar
na magistratura. Eu falava que o processo deveria cair para ele (antes de
seu afastamento). Ele
falava pra mim, sempre, que jamais se sentiria em condições de julgar esse tipo
de processo. Pra mim é suspeito. Das duas uma, ou ele não sabe o que está
fazendo ou está fazendo o que os advogados (de Eike Batista) querem”, disparou Flávio Roberto de
Sousa.
Tribunal
garante isenção
O G1 entrou em contato com o Tribunal Regional
Federal do Rio de Janeiro, que enviou nota à redação. Em relação à condução do
processo de Eike, o comunicado diz que, por princípio dos juízes, há
"proteção contra qualquer interferência externa no julgamento dos
processos judiciais". A casa disse ainda que "não se manifesta sobre
decisões judiciais proferidas, bem como comentários de cunho pessoal que não
representam a instituição".
O Tribunal Regional Federal também acrescentou que "como é de conhecimento
público, os fatos envolvendo o juiz federal Flávio Roberto de Souza são objeto
de cinco processos administrativos, instaurados no Tribunal a partir de
sindicâncias conduzidas pela Corregedoria Regional da Justiça Federal da 2ª
Região, e de um processo judicial ajuizado também na Corte por iniciativa do
Ministério Público Federal. Sendo assim, é certo que todas as alegações e
todos os elementos de prova estão sendo devidamente analisados pelos eminentes
relatores, que julgarão os feitos observando o direito ao devido contraditório,
nos termos das regras processuais".
O Tribunal Regional Federal,
informou, ainda, que o juiz Vitor Valpuesta não se pronunciaria diretamente
sobre as declarações de Flávio Roberto de Souza.
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