19.05.15
Justiça aceita denúncias contra quatro ex-deputados na Lava Jato
André Vargas, Luiz Argôlo, Pedro Corrêa e Aline Corrêa
Ex-deputados viraram réus na Operação Lava Jato
A Justiça Federal aceitou as denúncias contra quatro ex-deputados federais acusados de envolvimento em
esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. André Vargas, Pedro
Corrêa, Aline Corrêa, e Luiz Argôlo foram denunciados pelo Ministério Público
Federal (MPF) e são os primeiros ex-parlamentares réus em processos derivados
da operação.
Dos quatro, apenas Aline Corrêa, que é filha de
Pedro Corrêa, não está presa na Superintendência da Polícia
Federal em Curitiba.
Além deles, os outros nove denunciados pelo MPF na quinta-feira (14) também
tiveram as denúncias aceitas, e passam a ser réus, dentre eles o doleiro Alberto
Youssef.
Veja os acusados e os crimes pelos quais eles
respondem:
- Núcleo André
Vargas
André Luiz Vargas Ilário - Corrupção, Lavagem de
dinheiro, Organização Criminosa.
Leon Dênis Vargas Ilário - Corrupção, Lavagem de
dinheiro, Organização Criminosa.
Milton Vargas Ilário - Corrupção, Lavagem de
dinheiro, Organização Criminosa.
Ricardo Hoffmann – Corrupção, Lavagem de dinheiro,
Organização Criminosa.
-Núcleo
Pedro Corrêa
Pedro Corrêa - Corrupção passiva, Lavagem de
dinheiro, Peculato.
Ivan Vernon - Lavagem de dinheiro, Peculato.
Márcia Danzi - Lavagem de dinheiro.
Aline Corrêa - Peculato.
Alberto Youssef - Lavagem de dinheiro.
Rafael Ângulo Lopez - Lavagem de dinheiro.
Fábio Corrêa - Lavagem de dinheiro.
- Núcleo
Luiz Argôlo
Luiz Argôlo – Corrupção, Lavagem de dinheiro, peculato.
Alberto Youssef – Corrupção, Lavagem de dinheiro.
Rafael Ângulo Lopez - Lavagem de dinheiro.
Carlos Alberto Pereira da Costa - Lavagem de
dinheiro.
Pedro e
Aline Corrêa
Segundo o MPF, Pedro Correa era responsável, como liderança
do Partido Progressista, pelo repasse geral de propinas ao partido, tendo
recebido diretamente R$ 40,7 milhões em propina do esquema entre 2004 a 2014.
Ele responde por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.
“Pedro Corrêa era um dos responsáveis pela
distribuição interna do PP e recebeu valores específicos em benefício próprio”,
afirmou o procurador Deltan Dallagnol, do MPF.
Também responde por peculato neste processo a filha
de Pedro Corrêa, Aline Corrêa, pela nomeação ao cargo de secretária parlamentar
na Câmara Federal de uma funcionária que não prestava serviços, entre 2003 e
2012. O salário dela, conforme o MPF era desviado em benefício dos responsáveis
pela nomeação - antes de chegar ao gabinete de Aline, ela foi nomeada no de
Pedro Corrêa.
A funcionária era empregada doméstica de Ivan
Vernon, que também responde por peculato e lavagem de dinheiro. O mesmo esquema
ocorreu com pelo menos mais uma secretária parlamentar do gabinete de Aline
Corrêa, entre os anos de 2012 e 2015, segundo os procuradores. A pedido do MPF,
os procedimentos contra as funcionárias fantasmas foram arquivados por falta de
provas de que elas sabiam do esquema.
Na mesma ação, Alberto Youssef e Rafael Ângulo
Lopez respondem por lavagem de dinheiro, assim como Márcia Danzi e Fábio
Correa.
Em contrapartida, o juiz Sergio Moro rejeitou a
denúncia de crime de organização criminosa contra Márcia Danzi, Fábio Corrêa e
Ivan Vernon. "Considerando a participação deles acessória na lavagem de
dinheiro, não reputo presente elementos probatórios suficientes que indiquem
que teriam se associado ao grupo criminoso que vitimou a Petrobras",
justificou.
No despacho, Moro ainda designou a primeira
audiência para ouvir testemunhas de acusação no dia 23 de junho. Devem ser intimados
Paulo Roberto Costa, Meire Bonfim da Silva Pozza, Leonardo Meirelles, Ediel
Viana da Silva e Carlos Alberto Pereira da Costa.
Luiz
Argôlo
Conforme o MPF, Luiz Argôlo criou uma relação com o
doleiro Alberto Youssef diferente dos demais parlamentares envolvidos.
"Ele criou relação de sociedade com Youssef. Então, muitas vezes, Alberto
repassava dinheiro diretamente para o Argôlo", afirmou o procurador Paulo
Galvão. Conforme o procurador, Youssef tinha interesse especial na carreira do
então deputado, tendo repassado propina a ele em pelo menos dez ocasiões.
Foram encontrados registros de 78 visitas de Argôlo
aos escritórios de Youssef. Com o cruzamento das passagens aéreas, o MPF
sustenta que em 40 oportunidades essas viagens aconteceram com recursos da
Câmara Federal. "O valor gasto nessas passagens é de R$ 55.192,43",
explicou Galvão.
Para comprovar a denúncia, Moro solicitou a
expedição de ofício ao presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, com pedido
de informações e cópias sobre requisições de passagens aéreas ou de reembolso
de despesas com viagens áreas formuladas por Argôlo entre 2010 e 2014.
Assim, Argôlo responde por corrupção, lavagem de
dinheiro e peculato. Alberto Youssef responde por corrupção e lavagem de
dinheiro. Já Carlos Alberto Pereira da Costa e Rafael Ângulo Lopez respondem
por lavagem. "Teriam atuado como partícipes na lavagem de dinheiro, o
primeiro na aquisição, com ocultação e dissimulação, de um helicóptero para o
parlamentar, o segundo nas entregas de valores em espécie", cita Moro.
No despacho, Moro ainda designou a primeira
audiência para ouvir testemunhas de acusação no dia 23 de junho. Devem ser
intimados Paulo Roberto Costa, Meire Bonfim da Silva Pozza, Leonardo Meirelles,
e Ediel Viana da Silva.
André
Vargas
No caso do ex-parlamentar do PT, os procuradores
sustentam que a corrupção aconteceu em contratos da Caixa Econômica Federal e
do Ministério da
Saúde, e ocorriam através da agência de publicidade Borghi Lowe
e da empresa Labogen.
"Segundo a denúncia, o acusado Ricardo
Hoffman, dirigente da agência de publicidade Borghi Lowe Propaganda e Marketing
Ltda., teria oferecido vantagem indevida ao então Deputado Federal André Vargas
para que interviesse para que a referida empresa fosse contratada para agenciar
serviços de publicidade para a Caixa Econômica Federal e o Mínistério da
Saúde", cita o juiz Sergio Moro.
Conforme o MPF, a agência de publicidade orientava,
como contrapartida, que as empresas contratadas para efetivar os serviços ao
ministério e à Caixa fizessem depósitos de comissões em contas de empresas
controladas por André Vargas e os irmãos, Leon e Milton Vargas.
Fonte G1
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