Com 2,35 m, "gigante" de Duque de Caxias (RJ) pode ser o homem mais
alto do Brasil
Com 2,35
m, Rafael Santos do Nascimento, 25, de Duque de Caxias (RJ), pode ser o homem
mais alto do Brasil. Difícil competir com ele.
Alguns segredos são tão grandes que
fica difícil de escondê-los. É o que acontece em Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense. No princípio, o pessoal comentava à boca miúda. Dadas as dimensões
do babado, não deu pra segurar: a cidade pode em breve ser conhecida como a
terra do gigante brasileiro.
Ema das ruas principais de Caxias, a
avenida Presidente Getúlio Vargas, não é preciso sequer o endereço para
encontrar o grandalhão. “Onde trabalha o gigante? Já viram ele por aqui?” Em
qualquer pastelaria, loja de roupas ou mercado que se passe, todos sabem
indicar onde trabalha o gigante: “na refrigeração”.
De longe já era possível avistar o
grandalhão. Passado o espanto inicial com o tamanho de Rafael Santos do
Nascimento, 25, se descobre que ali existe um jovem como qualquer outro –só que
um pouco maior.
Rafael afirma que da última vez que
se mediu, alcançou 2,35 m. Em terra de "baixinhos", o gigante nem
pensa tão grande assim: seu maior sonho hoje é ter uma casa adaptada ao seu
tamanho.
“Seria muito bom eu ter uma cama do
meu tamanho, um chuveiro mais alto, uma casa do meu tamanho. (risos) É um
sonho”, diz o jovem. “Tenho que andar sempre atento, até já perdi a conta de
quantas vezes já bati a cabeça, os portais das casas deveriam ser mais altos”.
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Um dos
sonhos de Rafael é uma chuteira que caiba em seu pé
Rafael não revela seu time de futebol
do coração, mas outro de seus sonhos é uma chuteira que caiba em seu pé (ele
calça 52-54). “Costumo ficar mais de chinelo, mas seria bacana ter uma chuteira
do meu tamanho”, afirma.
Cuca fresca, o gigante nem baixa a
cabeça pros eventuais gracejos. “Normal, tranquilão. Até gosto, sou o que sou:
sou grandão”, diz ele, ciente de que o que vem de baixo não o atinge.
O gigante conta que começou a crescer
mais rapidamente na adolescência. “Com uns 15, 16 anos eu cresci bem, mas no
colégio sempre eu era o mais alto”, conta Rafael, que concluiu o Ensino
Fundamental e parou de estudar.
Segundo Demétrio dos Santos Silva,
46, que deu oportunidade de trabalho para o jovem, o coração de Rafael é tão
grande quanto sua altura. “Ele é um grande amigo, ajuda a gente, faz alguns
serviços conosco. Aqui ele é muito querido, quem nunca viu ele fica
admirado e até tira foto”.
O mais alto do Brasil?
De acordo com o “RankBrasil -
Recordes Brasileiros”, o brasileiro mais alto atualmente, com 2,29 m, 130 kg e
calçando 58, é o paraibano Joélisson Fernandes da Silva.
Segundo a gerente comercial da
“RankBrasil - Recordes Brasileiros”, Flavia Santos, 26, que certifica recordes
nacionais e presta consultoria para quem pleiteia entrar para o “Guinness
Book”, “a melhor opção para se consolidar um recorde é primeiro galgar o
parâmetro nacional, e depois o internacional”.
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E aí, vai
encarar?
Um recorde, para ser efetivado,
precisa ser comprovado, no caso da altura, por um médico. Depois, deve ser
registrado em cartório ou por um auditor da entidade. “É preciso comprovar, por
meio de documentação - neste caso, atestado médico, com as dimensões da altura,
peso, número que calça -, e autenticar em cartório ou uma aferição presencial
com um auditor do RankingBrasil. Pedimos a documentação antes, aí é feita
aferição com o auditor, para se certificar se o participante vai de fato vai
superar, ou não, um Record”, explica a gerente.
Rafael Santos do Nascimento
Gigantismo
De acordo com Kássie Cargnin,
responsável pela Câmara Técnica de Endocrinologia do Cremerj (Conselho Estadual
de Medicina do Rio), uma pessoa com 2,35 m pode ser diagnosticada portadora de
gigantismo. “Gigantismo é uma doença crônica provocada por excesso de produção
do hormônio do crescimento (GH) na infância ou puberdade, antes do fechamento
das cartilagens. Isto causa crescimento excessivo do comprimento dos ossos, das
vísceras e dos tecidos moles em geral, com resultado de uma estatura final
superior à média, ultrapassando normalmente os 2 m”, explica a médica.
Tal anomalia ocorre devido a tumores.
“A causa é a produção exagerada do GH e do IGF-1 (Insulin Growth Factor ). Essa
produção se deve, em 98% dos casos, a tumores benignos da glândula hipófise,
que fica na base do cérebro”, completa Cargnin.
O gigantismo está atrelado a outros
males. Além da altura muito acima da média, podem estar presentes entre os
sintomas dores de cabeça, problemas de visão e atraso da puberdade. Mudanças na
aparência física que podem ser atribuídas ao processo de envelhecimento
(crescimento de mãos e pés, alargamento da região frontal e da testa, queixo
proeminente, espaçamento entre os dentes e perda dentária, aumento do volume do
tórax, nariz, genitais e dos lábios). E também alterações respiratórias,
cardiovasculares, aumento do tamanho do coração e hipertensão.
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