JUSTIÇA SEJA FEITA

20.02.15

Justiça seja feita – Por Dr. Paulo Lima

Dr Paulo Lima

Acabou o carnaval. Para quem gosta da folia a quarta feira de cinzas deixa um gosto amargo na boca do folião. E não é apenas o gosto da ressaca.

Com a quarta feira de cinzas vem à tona a realidade, lembrando ao folião que chegou a hora de tirar a fantasia e cair na real. Pois bem, o carnaval passou e agora é hora da onça beber água. A verdade é que o ano não começou bem, seja na política ou na economia, já que a eleição de EDUARDO CUNHA para Presidente da Câmara e a reeleição de RENAN CALHEIROS, para a Presidência do Senado Federal, mostra nuvens negras no horizonte. Como se não bastasse, o governo da Presidente DILMA ROUSSEF vem sendo bombardeado, diuturnamente, desde a sua vitória nas urnas, em outubro do pretérito ano de 2014, pois a oposição está com sangue na boca, talvez querendo obter no tapetão uma vitória que não conseguiu alcançar nas urnas. Mas a oposição não está fazendo o seu papel? Sim, mas não está fazendo um bom papel, pois está jogando contra o Brasil.

A verdade é que o escândalo tem abalado as finanças da PETROBRAS, resultante da chamada “Operação Lava Jato”, pois vem sendo alimentado pela oposição, ajudada pela mídia nativa e pelo Judiciário e somente tem contribuído para desgastar este patrimônio do povo brasileiro. E a quem serve, afinal? Ora, quem está lucrando com tudo isto é o capital especulativo, que tem se beneficiado da desvalorização das ações da companhia, ganhado milhões, em prejuízo dos milhões de brasileiros, que poderiam obter benefícios sociais se a companhia se mantivesse forte no mercado. Mas a oposição não pensa assim, pois quer sangue, ou melhor, quer desestabilizar, a todo custo, um governo eleito legitimamente, para tentar voltar ao poder e para conseguir tal intento, pouco importa a sangria nas finanças da PETROBRAS. Afinal, poderá ser vendida por uns trocados, mais adiante, e o assunto será encerrado, caso a oposição consiga o seu intento.

O fato mais preocupante, no entanto, é o papel que o Judiciário tem desempenhado neste imbróglio. É certo, que, todo estado democrático de direito sustenta-se num Judiciário forte e independente, mas, também e principalmente, na imparcialidade daquele que tem o dever legal de bem dizer o direito, no caso, o magistrado. Não é o que parece estar ocorrendo no referido processo, aberto para apurar esses crimes, seja por conta da delação premiada, seja em razão dos vazamentos seletivos dos depoimentos ali prestados. Com efeito, sabemos nós, que lidamos com o Direito, que a chamada delação premiada pressupõe a voluntariedade daquele que vai auferir o benefício legal e não é isto o que está ocorrendo. As prisões cautelares e, no mais das vezes, injustificadas, aliadas à pressão psicológica que está sendo exercida nos presos, fatalmente vai levar a invalidação desses depoimentos, maculando de forma irremediável o processo, tudo por conta da não observância, pelo Magistrado que conduz o processo, do princípio da imparcialidade.

Aguardemos o desenrolar dos fatos e vamos torcer para que este patrimônio dos brasileiros não naufrague na irresponsabilidade de alguns políticos que estão apostando no quanto pior melhor. Já basta o roubo cometido, cujos autores poderão sair ilesos se o processo continuar nesse rumo. E, ao final, vamos torcer para que a justiça seja feita!

Fonte Jornal de Caruaru