Motorista foi encontrado com o pescoço amarrado na moto por corrente
Corrente e cadeado usados para acorrentar
Motorista
explica como puxou moto com o pescoço: ‘Não forjei nada’
A
Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso de um motorista que
foi assaltado e acorrentado a uma moto pelo pescoço por dois dias em Rubiataba,
a 220 km de Goiânia. Para o delegado Eurípedes de Oliveira Medeiros, existe a
possibilidade de que ele tenha simulado o assalto. A vítima, que preferiu não
se identificar, negou essa hipótese, “Não forjei nada”.
Segundo
o motorista, o assalto aconteceu na sexta-feira (5), dia em que foi deixado em
um matagal. Os criminosos, relata, colocaram a moto por trás dele, passaram a
corrente, trancaram o cadeado e foram embora. “Pensei que eles fossem me
matar”, lembra. Ele conta que, após ser deixado sozinho, arrastou a moto pouco
a pouco por cerca de 15 metros até alcançar, dois dias depois, a mochila, onde
havia um celular. Foi quando ele conseguiu acionar a polícia.
Segundo
o delegado, a suspeita sobre a veracidade da história contada pelo motorista
foi levantada depois que o exame de corpo de delito, feito após o resgate,
constatou que ele não tinha lesões aparentes e apresentava “apenas uma
desidratação leve”. Para Medeiros, a falta de ferimentos seria um indicativo de
que o homem estaria mentindo. “Todo mundo sabe que passar três dias sem comer e
amarrado pelo pescoço deve causar algo mais do que ‘ausência de lesões
corporais’. Tudo indica que há uma falsa comunicação do crime”, afirma o
delegado.
A
versão da Polícia Civil, no entanto, é contestada pela Polícia Militar, que fez
o resgate do motorista junto com uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu). Segundo os policiais militares, ele foi encontrado após
arrastar a moto pelo pescoço por cerca de 15 metros, até alcançar uma mochila
onde havia um celular. Com o telefone, ligou para o número de emergência da PM
e pediu socorro.
Segundo PM, motorista
arrastou a moto com pescoço por 15 metros
O
atendente do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), Claudio Souza, que
recebeu a ligação no 190, explica que fez várias perguntas ao homem para
certificar que não se tratava de um trote. O policial relata que “pela voz, era
possível perceber que ele estava bem cansado devido ao esforço”. O atendente
afirma também que confirmou com os policiais de Nova Glória, cidade vizinha
onde o homem vive, que ele estava desaparecido.
“Ele
não estava bem. Acho que é impossível ter feito isso contra a própria vida”,
afirmou ao G1 o sargento José
Arimatéia Nunes. De acordo com o militar, a corrente estava bem apertada ao
pescoço do motorista. A debilitação da vítima também é relatada pelo cabo
Edimar José da Silva Duarte. “Ele estava esbranquiçado de tanto frio que passou
à noite. Para forjar, não tinha como ele ficar nessa situação”, afirma.
Relato
O motorista, que trabalha em uma usina de álcool em Rubiataba, explicou que saiu do serviço no início da manhã de sexta-feira (5) e foi de moto até uma agência bancária da cidade para sacar o salário do mês, de R$ 1.200. “Recebi o pagamento e estava indo embora para Nova Glória, quando diminuí para passar em um quebra-molas”. Dois homens em uma moto de cor preta teriam dito a ele que parasse. O motorista afirma ter achado que se tratava de algum conhecido da empresa e, por isso, estacionou.
O motorista, que trabalha em uma usina de álcool em Rubiataba, explicou que saiu do serviço no início da manhã de sexta-feira (5) e foi de moto até uma agência bancária da cidade para sacar o salário do mês, de R$ 1.200. “Recebi o pagamento e estava indo embora para Nova Glória, quando diminuí para passar em um quebra-molas”. Dois homens em uma moto de cor preta teriam dito a ele que parasse. O motorista afirma ter achado que se tratava de algum conhecido da empresa e, por isso, estacionou.
“Quando
parei, desceu o garupa, que montou na moto em que eu estava e colocou a arma na
minha cintura”, diz a vítima. Em seguida, os assaltantes teriam dito a ele que
conduzisse a motocicleta por aproximadamente 2 km por uma estrada vicinal, onde
pararam em uma área de pedreira. Lá, eles tiraram as blusas de frio da vítima,
jogaram sua mochila para longe e mandaram que ele sentasse. “Foi a hora que
tive mais medo”, declara.
Neste
momento, segundo a vítima, ele foi acorrentado à moto. O motorista afirma que a
dupla ficou de capacete durante toda a ação e, por isso, não foi possível
identificá-la. “Como era dia, pensei que alguém viria atrás e esperei. Começou
a escurecer, eu comecei a ficar com medo e deu na cabeça de ir até a mochila
pra tentar achar um clipe, alguma coisa que eu conseguisse abrir o cadeado”.
Durante
dois dias, o motorista arrastou a moto pelo pescoço pouco a pouco. Apenas na
manhã de domingo ele diz ter conseguido alcançar a mochila. Para o homem, o
mais difícil foi lidar com a sede e o frio, que ele tentou combater ligando o
veículo. “Desengatei a moto, dava partida nela à noite e o motor me
esquentava”.
Dentro
da mochila, a vítima afirma ter encontrado seu celular, que estava desligado e,
por isso, “ainda tinha bateria”. Em seguida, ele ligou para a polícia. Após ser
encontrado, o cadeado foi serrado e o Samu foi chamado para prestar os
primeiros socorros ao homem, que depois foi levado ao hospital.
Medo
Em relação à suspeita de que ele tenha mentido sobre a situação, o motorista diz não saber o que poderia ter gerado essa hipótese. “Eu não tenho ninguém como suspeito, nem briga ou inimizade com ninguém. Não ia me acorrentar, ficar na situação que eu fiquei à beira da morte. Para quê?”, indaga.
Em relação à suspeita de que ele tenha mentido sobre a situação, o motorista diz não saber o que poderia ter gerado essa hipótese. “Eu não tenho ninguém como suspeito, nem briga ou inimizade com ninguém. Não ia me acorrentar, ficar na situação que eu fiquei à beira da morte. Para quê?”, indaga.
O
motorista revela estar com medo e pede que a polícia investigue o caso e
encontre os suspeitos. “Espero que peguem eles [os criminosos], porque eu vou
continuar trabalhando e agora estou correndo esse risco”, diz
Fonte Blog Adilson
Alencar
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