Onda de frio leva neve a mais de cem cidades do Sul do país
Período frio é o mais prolongado desde julho de
2000, segundo Inmet.
Temperaturas também caíram no Centro-Oeste e em 2 estados do Norte.
Temperaturas também caíram no Centro-Oeste e em 2 estados do Norte.
A massa de ar
polar que passou pela Argentina antes de chegar ao Brasil, no fim de semana
passado, fez nevar em mais de cem cidades do Paraná, de Santa Catarina e do Rio
Grande do Sul nesta segunda (22) e terça-feira (23). A onda de frio, que atinge
Sul, Sudeste, Centro-Oeste e até dois estados do Norte do país (Acre e
Rondônia), é a mais prolongada dos últimos 13 anos, segundo o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet).
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De acordo com a
meteorologista Lucia Gularte, do Inmet, só em julho do ano 2000 houve
temperaturas tão baixas registradas por tantos dias consecutivos.
"Foram 17
dias ao todo. Agora, já estamos há sete dias com temperaturas abaixo de zero, e
certamente isso vai continuar até sexta-feira, o que deve atrapalhar muito a
agricultura, principalmente plantações de citrus e alface, além de trazer
problemas de saúde", diz.
Entre os locais
atingidos pela neve, estão as regiões metropolitanas de duas capitais: Curitiba
e Florianópolis. Em Curitiba, o registro de neve feito nesta terça pelo
Instituto Meteorológico Simepar é o primeiro desde 1975. Flocos de neve e chuva
congelada foram vistos em vários bairros da capital paranaense, além de cidades
como Araucária, Campo Largo, Lapa e São José dos Pinhais, incluindo o Aeroporto
Internacional Afonso Pena.
Já em Santa
Catarina, a Epagri/Ciram registrou neve na região do Morro do Cambirela, em
Palhoça, na Grande Florianópolis. É a primeira ocorrência do tipo em 29 anos,
vista também em outras cidades da região metropolitana, como Alfredo Wagner,
Angelina e Rancho Queimado, e várias partes do estado. Ao todo, pelo menos 86
cidadescatarinenses
tiveram neve. Até as 6h30 desta terça, a menor temperatura havia sido em Bom
Jardim da Serra, na região serrana, com -7° C. Em São Joaquim, na mesma região,
fez -4° C, o que deixou árvores congeladas.
Interdição de rodovias e aula cancelada
A neve no Sul do país também chegou a interditar rodovias federais (BR-116, BR-280 e BR-282) e estaduais (SC-350, SC-390 e SC-280) em Santa Catarina, por causa do acúmulo de gelo na pista. Às 17h desta terça (23), não havia mais nenhum trecho bloqueado devido ao acúmulo de neve. Somente na BR-116 em São Bento do Sul, no Norte do estado, o trânsito estava em meia pista por causa da queda de uma barreira.
A neve no Sul do país também chegou a interditar rodovias federais (BR-116, BR-280 e BR-282) e estaduais (SC-350, SC-390 e SC-280) em Santa Catarina, por causa do acúmulo de gelo na pista. Às 17h desta terça (23), não havia mais nenhum trecho bloqueado devido ao acúmulo de neve. Somente na BR-116 em São Bento do Sul, no Norte do estado, o trânsito estava em meia pista por causa da queda de uma barreira.
Além disso, a
neve e o frio extremo provocaram o cancelamento de aulas em São Joaquim. Um
morador de rua morreu em Biguaçu, na Grande Florianópolis, em decorrência do
frio. E duas cidades do estado – São Joaquim e São José, na Grande
Florianópolis – estão em situação de emergência para compra de cobertores e
mantimentos às famílias mais pobres.
No Paraná, a
pista escorregadia causou nesta segunda um acidente entre um carro e um
caminhão na BR-277, deixando duas pessoas mortas e três feridas. A rodovia foi
bloqueada por volta da meia-noite, entre os km 302 e 388. Em Guarapuava, os
telhados de uma loja e de um ginásio de esportes desmoronaram por causa do peso
na neve. Apesar do susto, ninguém se feriu.
No Rio Grande
do Sul, até as 12h desta terça, não havia informações sobre incidentes ou
bloqueio de rodovias por causa da neve.
Neve no sul do PR é rara
De acordo com o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet, a neve que atinge Santa Catarina e o Paraná é uma das maiores em décadas. Em algumas cidades, como Curitiba, a última ocorrência havia sido há 38 anos.
De acordo com o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet, a neve que atinge Santa Catarina e o Paraná é uma das maiores em décadas. Em algumas cidades, como Curitiba, a última ocorrência havia sido há 38 anos.
"O acúmulo
de neve no sul do Paraná também é raro. E o que chama a atenção são a duração
dos dias frios, a permanência do ar polar e a neve, e não as temperaturas
mínimas absolutas", explica Schneider.
Para o
meteorologista Henri Rossi Pinheiro, do Inpe, em 2010 e 2011 houve muito mais
neve nas serras gaúcha e catarinense. Por outro lado, desta vez nevou muito em
Guarapuava, no Paraná, como não nevava há 50 anos.
Frio no Centro-Oeste e Norte
Segundo Pinheiro, essa foi a onda de frio mais intensa do ano, e não deve ter outra massa assim até dezembro.
Segundo Pinheiro, essa foi a onda de frio mais intensa do ano, e não deve ter outra massa assim até dezembro.
"Essa
massa provocou 14° C em Rio Branco, no Acre, e chegou até o Espírito Santo. A
partir de sexta, o ar frio deve começar a perder intensidade e se deslocar em
direção ao oceano. Aí o país deve sofrer um leve aumento nos termômetros",
explica o meteorologista.
Schneider, do
Inmet, também destaca a situação no Centro-Oeste, onde predomina o clima quente
e seco. "Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, registramos 4,6° C, com
sensação térmica de 0° C, e Cuiabá chegou a 9° C, com sensação de 4° C, por
causa do vento", ressalta.
Em São Paulo, a
menor mínima do ano foi registrada pelo Inmet nesta terça, no Mirante de
Santana, Zona Norte da capital: 9,2° C. O recorde anterior de 2013 havia sido
obtido no dia 9 de maio: 10,2° C. A menor temperatura já registrada na cidade
foi em 1955: -2,1° C.
"Em pleno
inverno, São Paulo ainda não havia baixado dos 10° C. E, em 70 anos, isso só
ocorreu cinco vezes aqui. A sensação térmica chegou a 6° C", diz
Schneider. E o que chama a atenção são as temperaturas máximas baixas, em torno
de 11° C entre esta terça e quarta.
Nos próximos
dias, até sexta (26), ainda pode gear nos três estados do Sul, com previsão de
chuvas isoladas. Neve mesmo só deve cair ainda nesta terça – a partir desta
quarta (24), fica mais improvável. As temperaturas mínimas para o RS nesta
quarta devem girar em torno de -6° C; -7° C em SC; e -5° C no PR. A sensação
térmica menor vai depender de outros fatores, como vento e umidade, apontam o
Inmet e o Inpe.
Novo Hamburgo Rio Grande do Sul
Região Sul
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Fonte G1
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