A proclamação de Deodoro da Fonseca:
o primeiro marco de nossa história republicana
No dia 15 de
novembro de 1889, aconteceu a proclamação que transformou o Brasil em um país
de regime republicano. Antes disso, nosso país era um império organizado a partir
do rompimento dos laços coloniais com Portugal. A proclamação republicana foi
resultado da ação de um grupo de militares, que se colocou contra o governo
imperial que era liderado por Dom Pedro II.
A ação dos
militares brasileiros realizou-se
numa época em que os movimentos de oposição contra o império já aconteciam. No
fim do século XIX, vários intelectuais e políticos acreditavam que o Império
não era o melhor para o país. A ideia de um governo controlado por um
imperador, portando muitos poderes, era entendida como algo que dificultava o
desenvolvimento da nação.
Além disso,
havia uma grande oposição ao governo imperial por conta dotrabalho escravo. A
escravidão era interpretada como um tipo de trabalho que impedia o processo de
modernização de nossa sociedade, de nossa economia. Portanto, a escravidão
deveria ser combatida. Contudo, esse mesmo regime era mantido pelo governo
imperial. Com isso, muitos defensores do fim da escravidão também se
transformaram em críticos do governo de Dom Pedro II.
Nesse conjunto de
transformações, alguns militares engrossaram a fileira dos que não concordavam
com o governo de Dom Pedro II. Após a Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e
1870, os militares brasileiros ganharam muito prestígio mediante a vitória do
país nesse conflito. Valorizados pelo conflito, passaram a exigir maior
valorização com melhores salários e a formação de
uma carreira mais interessante. Na medida em que o império não cumpria todas
essas exigências, importantes figuras do Exército passaram a se contrapor à
ordem imperial.
Não bastando esse
movimento, devemos destacar o problema surgido nessa mesma época entre o
imperador e a Igreja Católica. No fim do século XIX, o papa havia decretado que
os católicos envolvidos com a maçonaria deveriam ser expulsos da Igreja. O
imperador, que era católico e simpático à maçonaria, acabou não seguindo essa
exigência e impediu que os bispos brasileiros seguissem as recomendações
papais.
Nesse período,
essas tensões cresciam e a abolição da escravidão, decretada em 1888, acabou
piorando a situação de Dom Pedro II. Os grandes fazendeiros proprietários de
escravos se sentiram desamparados pela Coroa e também passaram a se voltar
contra o rei. Nesse contexto de críticas e oposições, passou a correr um boato
de que Dom Pedro II iria realizar uma grande reforma nas Forças Armadas,
retirando da corporação os
militares que se opunham ao Império.
Essa polêmica,
alimentada ao longo do ano de 1889, acabou mobilizando um grupo de militares
que exigiam a anulação dessa reforma. Alguns outros, já percebiam nessa
oportunidade a situação ideal para impor a dissolução do Império Brasileiro.
Foi entre essas duas propostas que o marechal Deodoro da Fonseca, líder do
Exército, foi convocado para liderar a ação que deu fim à monarquia brasileira.
No dia 15 de novembro daquele ano começava o regime republicano brasileiro.
A partir
daquele momento, dava-se início a um novo tipo de governo político em nossa
história. Na república, temos a organização de um governo que deveria dar mais
autonomia aos estados e maior direito de participação política aos cidadãos do
país. Apesar de esses serem os dois pilares do nosso regime, foram muitas ainda
as lutas e transformações que viriam a garantir realmente essas duas mudanças
em nossa realidade política. Ou seja, o 15 de novembro foi apenas um primeiro
passo de uma longa estrada a se construir.
Marechal Deodoro da Fonseca
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