do G1 PE,
Oito pessoas foram
presas dentro da Operação Prêmio, que fechou dez empresas que prestavam serviço
de seguro de automóveis em Pernambuco sem autorização legal da Superintendência
de Seguros Privados (Susep). Os flagrantes foram realizados nesta quarta-feira
(31), no interior do estado. De acordo com estimativa da Polícia Federal, as
seguradoras causaram prejuízo de R$ 150 milhões.
Foram cumpridos sete mandados de busca
e apreensão em Caruaru (sendo um para uma empresa e outro para a filial dessa
mesma empresa), um em Bezerros e dois em Feira Nova, todos no Agreste de
Pernambuco, e outro em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. Os suspeitos
foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal em Caruaru e no Recife.
Os presos são sócios
e proprietários das empresas clandestinas e vão responder pelo crime de operar
instituição financeira sem autorização legal, que é afiançável, além dos crimes
contra os consumidores, que ainda serão indicados pelo Procon. Se condenados,
os suspeitos podem pegar penas de um a quatro anos de prisão.
A empresa mais antiga
funcionava desde 2008. Uma delas chegou a movimentar R$ 14 milhões em um ano.
Pelo menos 10 mil pessoas podem ter sido lesadas, segundo a PF. São
consumidores que pagavam, mensalmente, às empresas ilegais pelo seguro dos seus
veículos.
O valor cobrado era até
um terço mais barato que o praticado pelo mercado. No entanto, na prática, eles
não estavam cobertos pelos seguros. "Essas empresas não tinham lastro, ou
seja, se acontecesse alguma coisa com o seu carro, você não seria ressarcido
pelo sinistro. Já identificamos vários clientes prejudicados", explicou o
superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marlon Jefferson de Almeida.
De acordo com o coordenador-geral do
Procon-PE, José Rangel, as empresas incorreram nos crimes de ofertar produtos com
informações incorretas, publicidade enganosa e abusiva, entre outras infrações
penais. "Nós estivemos em todas empresas, autuamos e lavramos autos de
constatação de irregularidades. Agora, vamos aplicar multas, que ainda não
estão fixadas, mas devem ser no valor de R$ 30 a 40 mil, cada", falou.
O Procon-PE também
vai abrir procedimentos administrativos para julgar cada uma das empresas, além
de encaminhar os autos de constatação para a Polícia Civil. "Orientamos
que os clientes lesados procurem o Procon e Justiça, onde podem entrar com
processos por danos morais e materiais", comentou José Rangel.
Investigação
A investigação começou em março do ano
passado, por meio de denúncia de um consumidor, e mostrou que as empresas
atuavam de maneira clandestina prestando serviços de seguro para veículos de
grande porte e carros de passeio. Elas não tinham autorização da
Superintendência de Seguros Privados, que regula o serviço, para funcionar.
Após essa
constatação, a Polícia Federal passou para a segunda fase da apuração. "A
gente poderia ter fechado as empresas há muito tempo, mas, se elas encerrassem
simplesmente as atividades, consumidores poderiam perder dinheiro. Então,
fizemos o levantamento patrimonial dos sócios para poder sequestrar seus bens,
bloquear contas correntes, aplicações financeiras, automóveis, para ter
dinheiro suficiente para reparar os danos aos clientes e pagar as multas da
Susep", disse o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e
Desvios de Recursos Públicos da Polícia Federal, Wagner Furtado Menezes.
As ordens judiciais
de sequestro de bens dos responsáveis pelas empresas foram cumpridas no
interior de Pernambuco, no Grande Recife e nos estados do Ceará, Rio de
Janeiro, Sergipe, São Paulo e Paraíba. As empresas foram fechadas por meio de
ordens encaminhadas à Receita Federal e Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe).
A Operação Prêmio
reuniu 90 policiais federais, 11 fiscais da Susep e 12 fiscais do Procon/PE.
"Esta foi a primeira operação do gênero em Pernambuco. Estamos atentos a
este crime em todo o Brasil e, aqui no estado, foi a primera vez que
seguradoras foram fechadas por operarem ilegalmente", disse o coordenador
geral de Fiscalização da Susep, Benísio José da Silva Filho. De acordo com a
PF, ainda serão realizados exames periciais, oitivas e análises de dados para
completar as investigações, em um prazo de 40 dias
Fonte Blog Adielson Galvão
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