sexta-feira, 16 de novembro de 2012

STF ENCURRALA CONDENADOS DO MENSALÃO

Postado  sexta-feira, 16 de novembro de 2012  |  Ler Matéria»

Deputados e integrantes condenados pelo mensalão, tentam burlar a Justiça, transferindo seus bens para terceiros para não devolver aos cofres publico, dinheiro adquirido irregularmente através de falcatruas, do escândalo do mensalão. Pedro Correia Deputado Federal envolvido neste escândalo é exemplo...


Deputados e ex-parlamentares condenados pelo STF transferem imóveis e empresas a parentes e amigos para tentar driblar a Justiça e não ter que devolver o dinheiro público desviado no esquema do mensalão



O patrimônio em nome do ex-presidente do PP Pedro Corrêa também foi dissolvido no decorrer das investigações do mensalão. Em 2004, ele era proprietário de 18 apartamentos, duas casas, dois flats e duas fazendas. Atualmente, o pernambucano mantém em seu nome apenas um prédio, cujo usufruto registrado no cartório do 1º oficio do Recife pertence ao filho e à nora. Corrêa deixou a política, mas conseguiu eleger a filha Aline Corrêa deputada federal. No Estado, mantém domínio sobre o PP estadual e é considerado rico e influente.


O Supremo Tribunal Federal ainda não definiu qual será a quantia a ser paga pelos condenados que se beneficiaram de recursos do Fundo Visanet e de empréstimos fraudulentos do Banco Rural. Mas especialistas destacam a importância da execução das penas impostas para o fortalecimento da nova Lei de Lavagem de Dinheiro. Segundo o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues, as mudanças na legislação ampliaram as ocorrências do crime e aumentaram as penalidades. “Nosso papel é detectar operações suspeitas e notificar os órgãos competentes. Foi isso que fizemos nesses casos. Acho que vale ressaltar que a simples transferência de um bem não livra ninguém de ter de ressarcir o erário. Cabe à Justiça trabalhar para fazer valer a lei”, ressalta.


O escândalo do mensalão cassou o mandato de apenas três deputados federais. Dois eram protagonistas do episódio: o homem-bomba Roberto Jefferson e o comandante José Dirceu. O outro foi Pedro Corrêa (PP-PE), acusado de vender o seu voto no Congresso em favor do governo petista. Fora da Câmara dos Deputados e réu no processo do mensalão, ele continua sua atuação na política. E com a ajuda daquele que é visto como uma promessa de renovação no plano nacional: o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

O site de VEJA obteve imagens da última edição da "Festa de São Pedro de Seu Pedro", organizada anualmente pelo mensaleiro em Brejo da Madre de Deus, Pernambuco. Seria uma festa julina comum não fossem alguns detalhes. O primeiro, revelado pelo próprio ex-deputado em seu discurso: o patrocínio do governo. 

"Esta é uma festa que não é mais só nossa, é uma festa do município, uma festa que tem hoje patrocínio da prefeitura, que tem patrocínio do governo do estado, uma festa que passa a estar no calendário do governo de Pernambuco", discursou Pedro Corrêa entre um show e outro da celebração. A festa é realizada na entrada de sua fazenda e reúne cerca de 10 000 pessoas, quase um quarto da população total da cidade.
Em ano eleitoral, Pedro Corrêa ainda aproveitou a oportunidade para fazer campanha fora de época e pedir votos para a filha, candidata a vice-prefeita do município. Clarice Corrêa (PP) ingressou na chapa do prefeito Edson Sousa, que concorre à reeleição. Clarice é mulher de Roberto Teixeira (PP-PE), deputado federal. 
"Eu trouxe para ser sua companheira a minha filha caçula. Claricinha, a esposa do deputado Roberto Teixeira, que vai ser sua companheira nessa questão nos próximos quatro anos aqui no município", disse ele no palco da festa ao prefeito da cidade. Nas imagens, também é possível conferir outra irregularidade: o uso de ônibus escolares da prefeitura para transportar a população até o local do evento. 
O governador Eduardo Campos não só apoia a festa: ele esteve presente na edição de 2011 do evento. Mas a ligação dele com os mensaleiros é bem mais antiga: convocado pela defesa de João Paulo Cunha, ele foi testemunha de defesa no processo. A assessoria do governador não respondeu as perguntas do site de VEJA sobre o patrocínio à festa de Pedro Corrêa.
Revista Veja


Condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o ex-deputado Pedro Correa (PE) entregou seu passaporte nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é o segundo réu já considerado culpado a entregar o documento à corte: o advogado de Marcos Valério, Rogério Tolentino, havia tomado a providência nesta terça.
Temendo a fuga dos mensaleiros, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a apreensão dos passaportes dos 25 condenados. Reservadamente, no entanto, o relator da ação penal, ministro Joaquim Barbosa, admite que não deve aceitar o pedido do Ministério Público para o recolhimento em massa dos documentos.
Presidente do PP no auge do escândalo, Pedro Correa teve o mandato cassado em março de 2006. Ele admite ter recebido 700 000 reais do PT, mas, em sua defesa, diz que não era dinheiro para a compra de votos no Congresso, e sim recursos para pagar os honorários de um advogado.

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