29.10.13
Advogado de Edmacy contesta versão da noiva do Promotor Thiago
Criminalista não acredita na versão da noiva do promotor que disse ter
rolado no chão para escapar dos tiros
Com base no
procedimento policial que apura o assassinato do promotor de Justiça Thiago
Faria Soares, que ocorreu no último dia 14, o advogado do agricultor Edmacy
Ubirajara, suposto executor do crime, questiona alguns pontos obscuros que
cercam as investigações. O criminalista Anderson Flexa, que está analisando
minuciosamente o inquérito, levanta uma série de dúvidas sobre o caso. Flexa
não acredita na versão de Mysheva, que disse ter rolado no chão para escapar
dos tiros. Segundo o advogado, ela também teria afirmado que o noivo, mesmo
após ser baleado no pescoço, pronunciou a frase “Oh, Mysheva” e parou o carro,
em que estava, no acostamento. O jurista não entende como uma pessoa baleada no
pescoço poderia ainda falar. Ainda segundo Flexa, a advogada reconheceu o
agricultor Edmacy como autor dos disparos que vitimaram o jurista, mas alegou
que não o conhecia anteriormente. Flexa observa que os familiares do suspeito,
no entanto, afirmam que os dois (Mysheva e Edmacy) frequentavam os mesmos
eventos e que o tio do pai da advogada já teria sido casado com a tia do
agricultor. O criminalista também diz acreditar que o sigilo decretado pela
Polícia Civil sobre as investigações se deve a questões que haviam passado
despercebidas e precisaram ser aprofundadas.
Confira a íntegra da entrevista.
Como a vítima pôde estacionar o carro tão alinhado
ao meio fio após ela levar um tiro?
De acordo com o depoimento da Mysheva, a vítima, após levar o tiro, estacionou
o veiculo, olhou para ela e pronunciou a seguinte frase “Oh Mysheva!”. Ela
disse que ele havia sido atingido por um carro que emparelhou com o que eles
estavam e efetuou o primeiro tiro, atingindo o promotor na região do ombro e
pescoço, mas que, mesmo assim, o promotor estacionou e os algozes dispararam os
outros tiros. O veículo foi periciado e, segundo declarações de curiosos, ainda
estava ligado e só não estava em movimento por estar com a marcha na posição
“P”.
O carro do promotor é automático e fotos da cena do
crime mostram que o câmbio estava na posição “P”, oque indica que ele
estacionou o veículo. Ele teria estacionado antes ou depois de levar o tiro?
Essa marcha só pode ser acionada com o carro parado e com o pé acionando o
pedal do freio. Sem os comandos simultâneos, não é possível acionar a marcha. A
versão é um tanto estranha, pois o veiculo dos algozes jamais alcançaria o
veiculo do promotor. No depoimento, ela (Mysheva) diz que se tratava de um
carro popular Corsa (velocidade de 181 km/h) tentando alcançar uma Hyundai (
223 km/h). O promotor escaparia por estar em um carro potente e automático. O
carro dos assassinos jamais alcançaria o promotor, a versão seria mais
aceitável se o carro da vítima já estivesse parado na hora da investida. A
dúvida paira na seguinte pergunta, quem levaria um tiro, desarmado, e
estacionaria para alguém que acabou de disparar uma espingarda calibre 12?
Mysheva afirma que para fugir dos tiros se jogou no chão e ficou acompanhando o vai-e-vem do carro do assassino, sempre girando de um lado para o outro, para não ser atingida. Como estes movimentos no chão não deixaram marcas na advogada, exceto por um arranhão no joelho?
É difícil crer nessa versão, pois, se o alvo era uma autoridade da cidade, creio que os assassinos não deixariam ninguém vivo para testemunhar, nem ela nem o tio.
Fonte Folha PE
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