quarta-feira, 30 de outubro de 2013

INVESTIGAÇÕES DA MORTE DO PROMOTOR THIAGO

Postado  quarta-feira, 30 de outubro de 2013  |  Ler Matéria»

29.10.13
Advogado de Edmacy contesta versão da noiva do Promotor Thiago


Criminalista não acredita na versão da noiva do promotor que disse ter rolado no chão para escapar dos tiros

Com base no procedimento policial que apura o assassinato do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, que ocorreu no último dia 14, o advogado do agricultor Edmacy Ubirajara, suposto executor do crime, questiona alguns pontos obscuros que cercam as investigações. O criminalista Anderson Flexa, que está analisando minuciosamente o inquérito, levanta uma série de dúvidas sobre o caso. Flexa não acredita na versão de Mysheva, que disse ter rolado no chão para escapar dos tiros. Segundo o advogado, ela também teria afirmado que o noivo, mesmo após ser baleado no pescoço, pronunciou a frase “Oh, Mysheva” e parou o carro, em que estava, no acostamento. O jurista não entende como uma pessoa baleada no pescoço poderia ainda falar. Ainda segundo Flexa, a advogada reconheceu o agricultor Edmacy como autor dos disparos que vitimaram o jurista, mas alegou que não o conhecia anteriormente. Flexa observa que os familiares do suspeito, no entanto, afirmam que os dois (Mysheva e Edmacy) frequentavam os mesmos eventos e que o tio do pai da advogada já teria sido casado com a tia do agricultor. O criminalista também diz acreditar que o sigilo decretado pela Polícia Civil sobre as investigações se deve a questões que haviam passado despercebidas e precisaram ser aprofundadas

Confira a íntegra da entrevista.

Como a vítima pôde estacionar o carro tão alinhado ao meio fio após ela levar um tiro? 
De acordo com o depoimento da Mysheva, a vítima, após levar o tiro, estacionou o veiculo, olhou para ela e pronunciou a seguinte frase “Oh Mysheva!”. Ela disse que ele havia sido atingido por um carro que emparelhou com o que eles estavam e efetuou o primeiro tiro, atingindo o promotor na região do ombro e pescoço, mas que, mesmo assim, o promotor estacionou e os algozes dispararam os outros tiros. O veículo foi periciado e, segundo declarações de curiosos, ainda estava ligado e só não estava em movimento por estar com a marcha na posição “P”.

O carro do promotor é automático e fotos da cena do crime mostram que o câmbio estava na posição “P”, oque indica que ele estacionou o veículo. Ele teria estacionado antes ou depois de levar o tiro? 
Essa marcha só pode ser acionada com o carro parado e com o pé acionando o pedal do freio. Sem os comandos simultâneos, não é possível acionar a marcha. A versão é um tanto estranha, pois o veiculo dos algozes jamais alcançaria o veiculo do promotor. No depoimento, ela (Mysheva) diz que se tratava de um carro popular Corsa (velocidade de 181 km/h) tentando alcançar uma Hyundai ( 223 km/h). O promotor escaparia por estar em um carro potente e automático. O carro dos assassinos jamais alcançaria o promotor, a versão seria mais aceitável se o carro da vítima já estivesse parado na hora da investida. A dúvida paira na seguinte pergunta, quem levaria um tiro, desarmado, e estacionaria para alguém que acabou de disparar uma espingarda calibre 12?

Mysheva afirma que para fugir dos tiros se jogou no chão e ficou acompanhando o vai-e-vem do carro do assassino, sempre girando de um lado para o outro, para não ser atingida. Como estes movimentos no chão não deixaram marcas na advogada, exceto por um arranhão no joelho? 
É difícil crer nessa versão, pois, se o alvo era uma autoridade da cidade, creio que os assassinos não deixariam ninguém vivo para testemunhar, nem ela nem o tio.
 


Fonte Folha PE

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