11/12/2014
Homem confessa ter assassinado mais de 40 pessoas no RJ
Sailson José das Graças
Suspeito diz ter matado 38 mulheres, três homens e uma criança de 2 anos.
'Quando eu não fazia, eu ficava nervoso. Aí, saía para a caçada', afirmou.
Um homem que foi preso em flagrante após matar uma
mulher a facadas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, confessou à polícia ser
um assassino em série. Durante o depoimento, Sailson José das Graças, de 26
anos, disse já ter matado outras 42 pessoas nos últimos nove anos, sendo 38
mulheres, três homens e uma criança. Com frieza, ele contou como planejava os
crimes.
“Ficava observando a vítima, estudando. Esperava um
mês, às vezes uma semana, dependendo do local. Eu procurava saber onde ela
mora, como é a família dela, se ela passava na rua, via, dava uma olhada na
casa, ficava estudando ela. De madrugada, numa brecha da casa, numa facilidade,
eu aproveitava, entrava”, detalhou o preso na delegacia.
Quando eu não fazia, eu ficava nervoso. Aí, saía
para a caçada"
As vítimas preferidas dele eram mulheres brancas e
moradoras Baixada Fluminense. O delegado responsável pelas investigações
afirmou que acredita na confissão e na participação de Sailson nos
assassinatos, pois só uma pessoa que estava nos locais dos crimes poderia
relatar tudo com tantos detalhes.
“A vontade dele de matar era por mulheres e ele não
matava mulheres negras, só brancas. Ele seguia a vítima, estudava passo a passo
até conseguir concretizar o delito”, explicou o delegado Pedro Henrique Medina,
titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Segundo a
polícia, Sailson é um psicopata e agora os agentes estão comparando as
informações da confissão com os inquéritos de cada um dos crimes.
O criminosos contou que ficava mais tranquilo ao
praticar os crimes. “Quando eu não fazia, eu ficava nervoso, andava pra lá e
pra cá dentro de casa. Aí quando eu fazia já ficava mais tranquilo. Fazia uma
vítima ali, aí podia ficar uns dois meses sem fazer, uns três meses. Ficava na
boa, só pensando naquela que eu matei.
O homem também revelou o que fazia para não ser
identificado e afirmou que não tinha medo de ser preso, pois gostava de cometer
os crimes.
“Eu não matava com preocupação de ir pra cadeia
não. Fazia as coisas bem feito, é por gostar mesmo isso. Preocupava mais com a
digital, se o local tem câmera, se o local não tem câmera. Eu não levava
documento, não levava nada que desse pista para a polícia”, disse.
'Eu
gostei e comecei a acostumar', diz assassino
Durante o depoimento, ele ainda confessou a morte de uma criança de dois anos e
disse que cometeu o crime porque tinha medo que os vizinhos ouvissem o choro
dela depois que a mãe foi assassinada. Sailson falou aos policiais que começou
a cometer crimes ainda na adolescência.
“Comecei a roubar coisas pequenas, fazer pequenos
furtos. Aí fui crescendo e tendo outros pensamentos diferentes. O pensamento
foi mudando, entendeu? De roubar, fui começando a pensar em matar. Com 15 anos,
roubava bolsa. Depois, com 17, eu matei a primeira pessoa. Deu aquela
adrenalina, a primeira mulher. Aí veio na mente a cadeia. Será que eu vou
preso? As coisas fluíram bem. Aí foi vindo na mente de fazer mais e mais. E eu
gostei e comecei a acostumar”, disse ele, friamente.
Ele não matava mulheres negras, só brancas. Ele
seguia a vítima, estudava passo a passo até conseguir concretizar o
delito"
O delegado Pedro Henrique Medina ficou surpreso com
o relato do criminoso e afirmou que a riqueza de detalhes do depoimento indica
a participação dele nas mortes.
“Confesso que é a primeira vez que eu vejo um
elemento com a psicopatia de um serial killer. Apesar desses casos serem
retomados agora, a gente pode perceber uma riqueza de detalhes muito grande. Em
alguns casos que ele noticiou aqui e já fizemos uma busca em sistema já
evidenciamos mulheres ou pessoas que ele executou de uma forma em determinada
localidade do cômodo. Sinais que só a pessoa que estaria na cena do crime teria
essa impressão”, afirmou o delegado.
Sem
arrependimento
Os assassinatos foram cometidos ao longo de nove anos. Durante o depoimento,
ele também disse que mata por encomenda, a pedido de uma mulher e do ex-marido
dela, que também foram presos pela polícia.
“Ela me bancava. Em troca disso, era água, comida,
teto, roupa nova, dinheiro pra mim (sic) comprar as necessidades. Tudo por
conta deles e, em troca disso, a alma dos caras”, afirmou. Após diligências, os
agentes localizaram e prenderam Cleusa Balbina, José Messias e Sailson Jose das
Graças, que apresentaram informações contraditórias. Sailson contou que os
crimes encomendados era praticados com faca, mas quando matava por conta
própria ele estrangulava as vítimas.
Com muita frieza, ele também revelou não ter
arrependimentos. “Não me arrependo não. Pra mim o que fez, tá feito. E não
volto atrás, não tenho nenhum arrependimento. Se eu sair daqui a uns 10, 15 ou
20 anos, eu vou voltar a fazer a mesma coisa. É a vontade mesmo, não tem jeito.
Eu saio, escolho as minhas 'mulher', as mulheres do meu perfil, e se achar que
tem que ser, vai ser”, afirmou o assassino.
A polícia agora conta com a colaboração dos
parentes das vítimas que foram assassinadas ao longo desses nove anos para obter
informações que colaborem com as investigações. Ele passou a noite na Divisão
de Homicídios e deve ser levado, na manhã desta quinta-feira (11), para um
presídio no Rio de Janeiro.
Fonte G1 RJ
Fonte G1 RJ
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