19.03.15
Derrubada
pelos desacertos
Dilma Roussef
Nunca
um chefe de Nação no País, com exceção de Collor, despencou em popularidade
numa velocidade tão impressionante como Dilma. Diferente de Collor, que estava
na metade do seu mandato, a petista tem pouco mais de dois meses de seu segundo
mandato e já está indo para o fundo do poço.
Foi a
corrupção e a roubalheira na Petrobras que arruinaram Dilma de uma hora para
outra? Tenho impressão que não. A roubalheira na estatal e em outros setores do
Governo já estavam presentes no noticiário ao longo da campanha e nos últimos
15 meses e nem por isso o povo deixou de dar a ela um novo mandato.
Os
escândalos, portanto, em nada influenciaram e não vêm surtindo efeito a ponto
de cortar as gorduras da popularidade da presidente. O que provocou a queda
assustadora na imagem dela e do seu Governo foram as decisões que contrariaram
à população, refletindo no bolso do trabalhador.
Dilma
garantiu ao longo da campanha que a inflação estava sob controle e não era
verdade. Garantiu, igualmente, que os juros não subiriam. E subiram. Estufou o
peito e garantiu que não haveria aumento na conta de energia. E houve, em
percentuais muito mais elevados do que se esperava.
Onze
dias depois do segundo turno das eleições, a Petrobras anunciou reajuste de 3%
na gasolina e de 5% no diesel. A Inflação de 2014 fechou em 6,41%. Resultado
foi o maior desde 2011. Dilma fechou o primeiro mandato sem alcançar o centro
da meta do Banco Central. Anúncio de regras mais rígidas para concessão de
benefícios trabalhistas e previdenciários.
Aumentou
ainda os preços da energia elétrica isso sem falar que a falta de planejamento
e seca nos reservatórios de hidrelétricas ameaçam brasileiros com apagões.
Dilma promoveu, e depois recuou, o veto ao reajuste de 6,5% do Imposto de
Renda. Aumentou de 1,5% para 3% da alíquota do Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) em empréstimos bancários para pessoas físicas.
Promoveu
o aumento de 9,75% para 11,75% nas alíquotas do PIS/COFINS (imposto sobre
produtos importados); aumento da alíquota de importação de 9,25% para 11,75%;
equiparação da incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI)
sobre cosméticos nos setores atacadista e industrial.
No caso
da Petrobras, a estatal sangrou por meses diante dos desdobramentos da Operação
Lava Jato e da resistência da presidente em mudar a diretoria da estatal.
Pressionada pelo mercado, oposição e aliados, a petista promoveu mudanças,
forçadamente, nomeando Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, para o
comando da companhia.
O
resultado disso tudo, conforme mostrou a pesquisa Datafolha, é o crescente
descontentamento da população com o Governo e, especialmente, com a petista,
que tenta, desesperadamente, reverter essa tendência de queda com um pacote
anticorrupção. Mas se não tomar medidas que repercutam na área social de nada
vai adiantar.
Tony Gel
Acredite
se quiser – O deputado Tony Gel (PMDB) garante que a
nomeação de sua esposa, a ex-deputada Miriam Lacerda, não tem relação com a
sucessão municipal em 2016. “Não vi nenhuma reação nessa direção. Miriam chega
para somar, ajudar no sucesso do Governo Paulo Câmara”, diz. Mas em Caruaru o
prefeito José Queiroz e o ex-governador João Lyra Neto torceram o nariz para o
ato de Câmara.
PT
segura Vaccari – Os
petistas colocaram um ponto final no debate sobre o afastamento do tesoureiro
João Vaccari. Seus dirigentes concluíram que, para o Ministério Público,
Vaccari é uma pessoa jurídica, é o PT. E, portanto, ele ficar ou não no cargo
não fará diferença no contexto da atual luta política, em que os adversários
pretendem vender o partido como uma organização criminosa.
Efeito
da economia – A crise
do governo Dilma vem agravada pelo fraco desempenho da economia, o que reduz o
cardápio de reação para reverter o quadro. Esta é avaliação do próprio
Executivo a partir da pesquisa do Datafolha, que mostra que 62% dos brasileiros
consideram a gestão da petista "ruim" ou "péssimo". No auge
da crise do mensalão, em 2006, a economia estava embicada para cima, com o
preço dos alimentos em baixa. Na ocasião, o governo Lula reagiu autorizando um
forte aumento do valor do salário mínimo e assim reiniciou a recuperação de sua
imagem e venceu as eleições daquele ano.
Paulo Câmara
Modelo
alagoano – O governador Paulo Câmara (PSB) aprovou o
método do sistema prisional utilizado em Alagoas e adiantou que, caso venha a
copiar a ideia, será uma solução rápida e eficaz para Pernambuco, que enfrenta
uma situação de emergência no sistema penitenciário. “Tivemos uma série de
incidentes no nosso sistema prisional e estamos buscando ações que diminuam a
lotação. Alagoas está com um modelo construtivo diferente e que é célere",
afirmou, após a visita.
CURTAS
GIRADOURO– Na
passagem pelo Sertão do Moxotó, no próximo sábado, para o seminário Todos por
Pernambuco, o governador Paulo Câmara assina a ordem de serviço para o anel
viário de Sertânia, ao custo de R$ 14 milhões. Isso depois de inaugurar o
trecho da estrada que liga o município até Custódia.
VISTORIA– Já em Afogados da Ingazeira, o secretário
estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, fará uma vistoria às obras de
restauração da PE-295, que liga o município ao distrito de Albuquerquené.
Trata-se da primeira obra autorizada pelo governador em seu mandato, em evento
no dia 4 de janeiro passado.
Perguntar
não ofende: Só o pacote anticorrupção salva Dilma do perigoso abismo?
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