No Congresso Nacional Deputados locam veículos de Firmas com endereços fantasma, Santa Cruz do Capibaribe é um exemplo a Prefeitura
21 parlamentares são investigados sobre a cota e locação está na mira.
Fantástico achou ONG e loja de itens de limpeza no endereço de locadoras.
O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga 21 parlamentares sobre o
uso da cota que eles têm para exercício da atividade parlamentar e um dos
serviços que está na mira dos auditores é a locação de automóveis. A reportagem
do Fantástico viajou por estados brasileiros para descobrir onde os deputados
federais alugam seus carros. Nos endereços, funcionavam estabelecimentos como
ONGs, loja de produtos de limpeza e até padaria.
O deputado federal Assis Carvalho (PT-PI) alugou um veículo. Entre março
e julho deste ano ele gastou R$ 50 mil na empresa Fontes Locadora de Veículos.
“Minha mãe comprou este prédio há cinco anos e há cinco anos a gente
mora aqui. Aqui já funcionou uma loja de roupa, uma lan house [casa que presta
serviços de internet] e agora uma padaria e um restaurante. Agora, uma locadora
não”, relata Ingrid Oliveira, filha da dona do prédio.
A reportagem perguntou ao deputado se ele conhecia a empresa. “Conheço o
dono da empresa. Já esteve comigo e tenho um carro alugado por eles (…). Eu não
fiscalizo locais de empresa”, afirmou o deputado.
O deputado, do Piauí, interrompeu a entrevista neste ponto e depois se
manifestou com uma nota. Ele confirmou o endereço da empresa e apresentou dois
documentos de veículos alugados pela empresa R. Fontes ao gabinete. Os carros
estão em nome de uma pessoa física.
De acordo com a Associação de Locadoras, contudo, pessoa física não pode
alugar carro. “Pessoa física não aluga carro. Quem aluga carro é pessoa
jurídica. Então, assim, de cara, uma pessoa física alugar um carro não é uma
locadora”, explica Paulo Abas
Rio de Janeiro
A empresa Locacom, por exemplo, recebeu mais de R$ 40 mil da cota do deputado Zoinho (PR-RJ). No endereço da empresa, porém, a reportagem encontrou uma ONG especializada na profissionalização de jovens, chamada CCCM. Um funcionário da ONG disse que não conhece a Locacom.
A empresa Locacom, por exemplo, recebeu mais de R$ 40 mil da cota do deputado Zoinho (PR-RJ). No endereço da empresa, porém, a reportagem encontrou uma ONG especializada na profissionalização de jovens, chamada CCCM. Um funcionário da ONG disse que não conhece a Locacom.
O rapaz que atende a reportagem na sala onde era pra estar a locadora
indicou a sede da ONG para mais esclarecimentos. Um representante da ONG,
chamado Carlos da Silva, disse que o espaço da sede é alugado, mas pertence à
Locacom. Dessa forma, onde deveria existir a Locacom, está um escritório da
ONG. E na sede da ONG, toca o telefone da Locacom.
O deputado Zoinho foi questionado pela reportagem sobre onde costuma
alugar seus carros. “Alugo dentro daquilo que o ato da Mesa [Mesa Diretora da
Câmara] me permite. Certo? (…) Você aluga daquelas pessoas que te procuram para
poder prestar o serviço.”
Zoinho, contudo, se irritou com as perguntas, e não é o único. O
deputado Paulo Feijó (PR-RJ) que nada tinha a ver com a conversa, resolveu
agredir nosso repórteres.
Posteriormente, com os ânimos mais calmos e já no gabinete, o deputado
Zoinho justificou seus gastos. “O que é que acontece? Quando eu cheguei aqui
pensei que com essa verba indenizatória, eu poderia até comprar um carro para
mim e ficar quatro anos pagando.
Depois, se eu perder o mandato, pelo menos tinha um patrimônio de quatro
anos. Mas você não pode comprar um veículo. Pelo ato da mesa, você é obrigado a
alugar um veículo, meu irmão. Eu fiz isso com a maior transparência”, explicou.
A Mesa Diretora da Câmara, citada pelo deputado, define o valor e as
regras para o uso da cota. A verba varia de R$ 25 mil a R$ 37 mil, dependendo
do estado.
Além do aluguel de carro, o dinheiro só pode ser gasto com passagens,
aluguel de salas, serviços postais e telefonia, por exemplo. Cada parlamentar
recebe ainda R$ 78 mil para pagamento de funcionários. E tem, claro, o salário:
R$ 26,7 mil. A soma disso tudo chega a quase R$ 2 milhões ao ano para cada um
dos 513 congressistas.
“São milhares de notas e você tem que ir lá na ponta verificar se a
empresa está dentro daquela informação que foi feita, se a empresa existe , se
a empresa está funcionando. Podem acontecer falhas e o controle interno da
Câmara não acompanha tudo isso”, relata Augusto Nardes, presidente do TCU.
Minas Gerais
O deputado lael Varella (DEM-MG) aluga os carros na Vila Rica Rent a Car. Entre maio de 2011 e maio deste ano ele repassou R$ 150 mil para a empresa. No endereço da locadora, contudo, há produtos de faxina.
O deputado lael Varella (DEM-MG) aluga os carros na Vila Rica Rent a Car. Entre maio de 2011 e maio deste ano ele repassou R$ 150 mil para a empresa. No endereço da locadora, contudo, há produtos de faxina.
“Eu posso fazer escritório onde eu quiser. Naquela lojinha, naquele
telhado. É só eu mudar (…) . É uma empresa formal, sempre locou e sempre loca”,
afirmou o dono da locadora, Celso.
A defesa do deputado explica: “Ele pode ter o produto de faxina aqui e
ter o carro. Uma empresa não é impedida de ter dois negócios não. Tá certo?
(..). É comum. Não tem nada estranho. Não tem nada ilegal. Tem nota fiscal, tem
contrato bem feito. Tudo pago com cheque nominal. Tudo bonitinho.”
“Isso faz parte da criatividade brasileira, ou faz parte da criatividade
do ser humano de montar instituições em que temos esse tipo de comportamento.
Aqui, sabemos de situações inéditas (…). fizemos uma série de recomendações. O
mais importante é ter o aprimoramento do controle interno na Câmara e em todas
as instituições do nosso país”, disse Nardes, do TCU.
Em Macaé, no Rio de Janeiro, a empresa DCS & Moura não existia no
prédio indicado. Um funcionário disse que na sala 208 do prédio era o
escritório do deputado Adrian Mussi (PMDB-RJ).
O deputado pagou R$ 79 mil à empresa DCS & Moura entre janeiro de
2012 e maio de 2013. Só que o endereço cadastrado na junta comercial não
existe.
Por telefone, a reportagem localizou o representante legal da locadora,
que disse preferir não dar o endereço de funcionamento da empresa. Depois, indicou
um endereço, mas o funcionário que nos atendeu não quis mostrar a sede. “No
momento só temos um veículo parado, até por falta de contrato, e a van que está
fazendo escolar”, disse.
“Se a frota é grande ou pequena, não sei. Não tem nada de errado nisso.
O que importa é que ela presta o serviço para mim num preço abaixo de mercado.
Então, existe endereço e vocês estiveram lá”, afirmou a defesa do deputado.
Após questionada, a defesa disse que foram alugados uma van e um
Corolla. Disse ainda que a van não é escolar. A reportagem diz que na empresa
realmente tinha uma van, mas que o suposto funcionário disse que a van que
existia era escolar. “Não. Eles têm outras vans”, alegou a defesa.
Contratos
Os valores dos contratos feitos pelos deputados com as locadoras citados na reportagem foram checados pela ONG Contas Abertas a partir do banco de informações oficiais do estado brasileiro, o Siafi, a pedido do Fantástico.
Os valores dos contratos feitos pelos deputados com as locadoras citados na reportagem foram checados pela ONG Contas Abertas a partir do banco de informações oficiais do estado brasileiro, o Siafi, a pedido do Fantástico.
“Me parece um absurdo que parlamentares estejam usando empresas ou que
não existem ou empresas fajutas para locar veículos”, afirmou Gil Castelo
Branco, da ONG. Todos esses casos foram encaminhados ao TCU por um grupo de
cidadãos que resolveu fiscalizar por conta própria o uso do dinheiro público.
“A participação da sociedade é fundamental para que a gente possa
aumentar a transparência no Brasil”, disse Nardes, do TCU.
“Não precisa esperar policia, não precisa esperar o Tribunal de Contas,
Ministério Público ou coisa alguma para investigar. O cidadão brasileiro tem
farta informações na internet, ele pode sozinho fazer essas investigações e
encaminhar essas investigações aos órgãos competentes”, sugere Lucio Big, do
Movimento de Combate à Corrupção nas Ruas.
“Eu sempre falo isso aqui: santo, aqui em Brasília, não existe. Da
fronteira dos estados com Distrito Federal, eles não passam para cá”, afirmou o
deputado Zoinho.
Fonte Do G1/ Fantástico
Em Santa Cruz do Capibaribe o escândalo das locações
está no abafa, crime que pode levar a improbidade
administrativa do Prefeito com a perda do mandato
Ministério Publico ?
Tribunal de Contas do Estado?
Câmara de vereadores CPI?
TRE ?
Impunidade?
Acorda Santa Cruz do Capibaribe
0 comentários: